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Em Brasília, CPI reconvoca motoboy e quebra sigilos da empresa VTClog

Após as ausências do motoboy Ivanildo Gonçalves e da diretora-executiva da VTCLog, Andréia Lima, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia vai se dedicar a aprofundar as investigações sobre a empresa, selecionada pelo Ministério da Saúde para cuidar da armazenagem e distribuição de medicamentos. O anúncio foi feito pelo presidente, Omar Aziz (PSD-AM), na reunião desta terça-feira (31), quando foi aprovada a reconvocação do motoboy e a transferência  de sigilos fiscal, telemático e bancário da VTCLog. 

Agora a CPI irá focar no depoimento de todas as pessoas da VTCLog. Todas, sem exceção. Nós iremos a fundo na VTCLog até a CPI concluir essa questão ? disse Omar Aziz.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que a VTCLog movimentou de forma suspeita R$ 117 milhões nos últimos dois anos. Ivanildo, que é motoboy a serviço da VTCLog, teria feito saques suspeitos que somam o montante de R$ 4,7 milhões. Ele estava convocado para oitiva nesta terça-feira, mas não compareceu, após decisão liminar do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que desobrigou-o de participar da reunião. Senadores consideraram que a posição contraria decisões anteriores do STF. 

Renan disse durante a reunião que novas informações apontam que Ivanildo pagava boletos do ex-diretor do Departamento de Logística (Delog) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. As imagens de onde foram feitos os pagamentos foram requeridas pela CPI e exibidas durante a reunião. 

? Se isso não for prova suficiente para que o ministro reconsidere sua decisão, nada mais é ? disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Renan Calheiros reforçou que não recai sobre Ivanildo qualquer responsabilidade por crime. Senadores também aguardam resposta da Polícia Federal sobre pedido de proteção policial para o motoboy. 

? Ele não cometeu crime. Ele cumpriu uma ordem ? ressaltou Renan. 

Simone Tebet (MDB-MS) disse estar em um deja vu, ao esperar pelo depoimento motoboy Ivanildo Gonçalves à CPI. Ela lembrou que, em 1992, o motorista Eriberto França confirmou a distribuição de recursos públicos para contas privadas dos investigados na CPI do PC Farias.  

? Eu tenho certeza de que Ivanildo estava pronto para dizer a verdade ? expôs a senadora, ao lembrar também do depoimento do consultor do Ministério da Saúde William Amorim Santana, técnico da Divisão de Importação, que “não se acovardou” e apontou que fez três alertas sobre erros na invoice (fatura para negociação internacional) para aquisição da vacina indiana Covaxin.


Com informações e foto da Agência Senado