O ator Kayky Brito permanece internado e sedado na UTI do hospital Copa D’or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, neste domingo (3). Ele foi atropelado na madrugada de sábado (2).
O boletim divulgado pela unidade indica que ele está “sedado, em ventilação mecânica e sob cuidados da equipe assistente na UTI”.
Neste domingo, a família foi ao hospital. “Kayky é forte e vai sair dessa”, afirmou sua mãe, Sandra Brito.
Sandra agradeceu as orações pelo filho e disse que o ator é forte e que acredita que ele vai se recuperar.
“Quero agradecer, da mesma forma que a gente pede orações, a gente agradece. O Kayky está estável, lógico que ele precisa de muitos cuidados ainda. Gente, obrigada. Sou muito grata a vocês, e a todo mundo que está rezando pelo Kayky. Ele é forte, nós somos todos fortes, acredito muito em Deus e ele vai sair dessa”, disse Sandra.
Quem também se pronunciou foi o ator e apresentador Bruno de Luca.
“Estou muito triste e abalado com o que aconteceu, apreensivo, mas com fé de que Deus vai interceder pelo meu irmão. Quero pedir uma corrente de oração pelo Kayky, para ele sair dessa o mais rápido possível”, escreveu Bruno no Instagram.
O acidente
Kayky Brito, de 34 anos, foi atropelado na madrugada de sábado (2) na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Uma câmera de segurança que registrou o acidente marcava 00h50, na altura do número 4.700, da Avenida Lucio Costa.
O ator atravessava a rua quando foi atingido pelo veículo de um motorista de aplicativo. O condutor parou e prestou socorro, aguardando a chegada da polícia e do corpo de bombeiros. Em seguida, o homem foi levado à 16ª Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca para prestar esclarecimentos.
Na delegacia, o motorista disse que Kayky cruzou a pista repentinamente, correndo. O homem relatou ainda que tentou desviar do ator, jogando o carro para a faixa da direita, mas não conseguiu evitar a colisão.
Da delegacia, o condutor foi ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de alcoolemia, que deu negativo para ingestão de bebidas alcoólicas ou quaisquer substâncias de efeito semelhante. Segundo o laudo, ele estava lúcido, atento, apresentou discurso coerente e vestia roupas alinhadas.
De acordo com o delegado Ângelo José Lages Machado, o homem foi autuado por lesão corporal de trânsito. O próximo passo da investigação é saber se o carro estava ou não em excesso de velocidade.
Um feito e tanto para icitologia, ciência que estuda os peixes. O cascudo-viola (Loricaria coximensis), que está classificado como criticamente em perigo de extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conseguiu se reproduzir em cativeiro.
O palco para a reprodução foi o Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo. No local, a espécie reproduzida habita o tanque Ressurgências e Riachos de Cabeceira.
Com apenas 9,6 centímetros de comprimento, o peixe é uma espécie de cascudo e ocorre apenas em um rio no mundo, o Taquari, em Mato Grosso do Sul. No estado, o peixe é ameaçado pela construção de hidrelétricas e pela pesca predatória.
No Bioparque Pantanal, os visitantes têm a oportunidade de conhecer a espécie de perto e, principalmente, entender a importância da conservação por meio da educação ambiental, um dos importantes pilares do empreendimento.
Para o biólogo curador do Bioparque, Heriberto Gimênes Junior, a reprodução da espécie contribuirá para estudar a conservação e preservação do animal.
“O fato de termos esse animal ameaçado de extinção dentro do nosso plantel, nos possibilita entender a biologia dele, hoje ele é nosso modelo de protocolo de reprodução que usamos para outras espécies de cascudo, uma ferramenta muito importante para a conservação das espécies, não só do Cascudo-viola, como espécies de todo o país”.
Diretora-geral do complexo, Maria Fernanda Balestieri, pontuou a importância do papel do empreendimento, que contribui com pesquisa, conservação, bioeconomia e sustentabilidade.
“No Bioparque Pantanal seguimos o conceito moderno de Aquários e zoológicos e cada um dos pilares que sustentam as ações e projetos aqui realizados possuem vinculação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e alinhamento com os eixos do plano de Governo do Estado. Aqui, o papel dos nossos animais vai muito além da contemplação, sendo eles os protagonistas de um trabalho técnico científico de excelência voltado à conservação de espécies e manutenção do equilíbrio do nosso ecossistema. Contribuímos para que as presentes e futuras gerações possam desfrutar das riquezas da nossa biodiversidade”.
Quando perguntado a respeito da integração da Argentina ao Brics e sobre que relação uma eventual gestão sua teria com o atual governo socialista espanhol, Javier Milei, o candidato radical que lidera a corrida para as eleições presidenciais argentinas, respondeu com uma de suas frases conhecidas: “Os socialistas não são defensores da liberdade”. E se calou quando as repórteres brasileiras insistiram para que ele respondesse se fazia referência ao Brasil ou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi na semana passada, no mesmo dia em que o economista, que se autodefine como libertário, já tinha usado, diante de empresários e diplomatas estrangeiros, outra de suas formulações públicas típicas – que “não fará acordo com comunistas” e que sua política exterior será com Estados Unidos e Israel, mas que o empresariado é “livre” para comercializar com quem quiser.
Logo após as eleições primárias argentinas o apontarem como favorito, em 13 de agosto, Milei, da Liberdade Avança (LLA), repetiu que o Mercosul “deve ser eliminado” e que, se eleito, não permitirá que a Argentina seja incorporada ao Brics ampliado – o país acaba de ser convidado ao grupo formado por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul “graças ao apoio decisivo de Lula”, como disse o chanceler argentino Santiago Cafiero.
Se não surpreendem, o conjunto das declarações do presidenciável argentino são avaliadas como “preocupantes” e como merecedoras de “atenção” por setores do governo brasileiro, em Brasília, segundo fontes ouvidas pela BBC News Brasil em condição de anonimato.
Empresários e analistas também ouvidos pela reportagem coincidiram que Milei tem potencial para se tornar uma dor de cabeça para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso eleito, ainda que todos avaliem que uma ruptura total entre Brasil e Argentina é pouco provável, dada a enorme interdependência entre os vizinhos.
Na Casa Rosada, se cumprir o que tem falado, o candidato pode turbinar o mal-estar já instalado no Mercosul, em meio a uma longa e complicada renegociação do acordo comercial do bloco com a União Europeia. Pode ainda frustrar os planos do governo Lula de ter a Argentina como uma aliada do Brasil no Brics ampliado, já que os dois países seriam os únicos da América Latina na nova configuração do grupo.
Amorim: “A preservação do Mercosul é uma preocupação legítima”
“Tudo é meio imprevisto, em caso de vitória dele”, disse uma alta fonte do governo em Brasília. “Ele é o que gera o maior grau de incerteza”, disse outro funcionário da administração Lula na capital brasileira.
Procurado pela reportagem, o ex-chanceler e assessor especial da Presidência, Celso Amorim, respondeu por escrito que a relação entre os dois países é um “patrimônio”.
“Obviamente não podemos comentar assuntos internos da Argentina, mas a preservação do Mercosul é uma preocupação legítima. É um patrimônio de mais de trinta anos e é parte do patrimônio de paz e prosperidade que criamos e que queremos fortalecer”, disse Amorim.
O influente assessor diplomático direto de Lula também comentou a questão do Brics. “Da mesma forma, saudamos o ingresso da Argentina nos Brics, um reconhecimento da importância geopolítica dessa grande nação, que fortalece o poder de negociação de nossa região como um todo”, escreveu Amorim.
Três fontes diplomáticas de Brasília complementaram as declarações do ex-chanceler, convergindo ao dizer que hoje já é feita “uma ginástica” para que o Uruguai não deixe o Mercosul. “Imagine se a Argentina também quiser sair, será complicado”, disse uma delas.
O Brasil exerce a presidência rotativa do bloco sul-americano em meio a tensões abertas com o governo uruguaio, de centro-direita. O presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou defende abertamente a flexibilização do Mercosul e pressiona para ser autorizado a fazer acordos comerciais isolados com países como a China.
Além da animosidade com Brics e Mercosul, Milei também retiraria fôlego de iniciativas que o governo Lula tenta retomar, como a Unasul, com os países da América do Sul, e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Em entrevista recente à agência de notícias Bloomberg, perguntado se poderia se aproximar do presidente Lula, Milei respondeu que não.
“Na verdade, eu acho que é preciso eliminar o Mercosul porque é uma união aduaneira defeituosa que prejudica aos argentinos de bem. É um comércio administrado por Estados para favorecer a empresários que tiram vantagem (…). Onde o Estado se mete faz estragos”, disse Milei.
Na mesma entrevista, Milei disse “que não fazemos pacto com comunistas” (em referência à China), mas que o país asiático pode ser sócio do setor privado. “Eu não promoveria a relação nem com China, nem com Cuba, nem com Venezuela, nem com Nicarágua e nem com a Coreia do Norte”.
O Brasil e a China são os principais sócios comerciais da Argentina, enquanto Pequim é também um investidor direto de peso no país.
Nos últimos dias, no entanto, enquanto o economista “mantém seu discurso radical”, como disse um empresário com negócios na Argentina ouvido pela reportagem, seus assessores tentam amenizar suas palavras à medida que aumentam suas chances de chegar à Casa Rosada.
A economista Diana Mondino, apontada como provável ministra das Relações Exteriores em um eventual governo Milei, disse a interlocutores brasileiros que não se pretende sair do Mercosul, mas que ele seja reformulado e que a relação com o Brasil seria pragmática e entre as prioridades da suposta administração.
“Na hora que ele sentar lá, na cadeira presidencial, caso seja eleito, verá que não poderá se desvencilhar do Brasil. O Brasil é o principal parceiro da Argentina. Ele não pode brigar com o Brasil, como tem sugerido”, disse um outro assessor de Lula, sob a condição do anonimato.
“Bofetada”
Seja como for, o professor de Relações Internacionais da Universidade Torcuato Di Tella, Juan Gabriel Tokatlian, disse à reportagem que caso Milei seja eleito e não confirme a adesão da Argentina ao Brics será “uma bofetada no presidente Lula”.
“E é preciso lembrar que o Brasil foi, é e será o sócio estratégico da Argentina”, disse Tokatlian. Para ele, pelo menos num primeiro momento, os dois países poderiam viver uma reedição do que foi a relação “azeda” entre Bolsonaro e Alberto Fernández – mas na mão inversa e no campo ideológico e das declarações.
As referências de Milei a ‘socialistas’ e ‘comunistas’ e ao suposto giro para privilegiar Estados Unidos e Israel na política externa levaram analistas argentinos a recordarem a estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Milei busca construir uma semelhança com Bolsonaro. Não que seja Bolsonaro, mas ele tenta construir essa semelhança”, disse o analista político argentino Raúl Timerman, do Grupo de Opinião Pública (GOP).
Timerman e Tokatlian, da Universidade Torcuarto Di Tella, de Buenos Aires, observaram que é preciso “ficar atento também” ao papel que os setores de segurança pública, inteligência e Defesa (Forças Armadas) teriam em um eventual governo Milei – outra área em que ele poderia buscar ter associação com Bolsonaro, já que sua candidata a vice-presidente, Victoria Villarruel, não repudia os militares que atuaram na ditadura, questiona as políticas de direitos humanos e condena “os grupos guerrilheiros armados” naquele período.
“Pela primeira vez temos uma pessoa na chapa presidencial que é tolerante com as ditaduras e que tem uma visão ideologizada sobre os direitos humanos. A vice-presidente (de Milei) quer reforçar o papel das Forças Armadas no combate ao narcotráfico. É preciso estar atento, acompanhar isso”, disse Tokatlian.
Uma fonte do governo Lula em Brasília aponta diferenças “abismais” entre o contexto brasileiro e o argentino e entre Bolsonaro e Milei. As diferenças não descartam, porém, que uma vitória de Milei seja um terremoto para o sistema político argentino. Daí que não só o impacto externo como também as consequências das medidas internas de um futuro governo Milei estão no horizonte de preocupação da administração brasileira, diz uma fonte.
Lula e Massa
Milei, à frente de um pequeno e novo movimento, disputará o primeiro turno da eleição presidencial em 22 de outubro com o ministro da Economia e candidato Sergio Massa, da União pela Pátria (peronismo/kircherismo), de vertente de centro-esquerda, e com a ex-ministra de Segurança do governo Macri, Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança (Juntos por el Cambio), tradicional oposição ao peronismo e que integrou o governo Mauricio Macri. Outros candidatos estão na corrida à Casa Rosada, mas Milei, Bullrich e Massa são os que teriam mais chances de ser eleitos, de acordo com os resultados oficiais das primárias.
As pesquisas mais recentes, realizadas após as primárias, apontam o crescimento de Milei, com cerca de 32% a 35% das intenções de voto, Massa com cerca de 25% a 26%, e Bullrich com 20,9% e 23%, nos levantamentos das consultorias políticas Analogías e da Opinaia. No entanto, como os levantamentos não previram a possibilidade de Milei como favorito nas primárias, existe cautela em torno das previsões. Os resultados oficiais das primárias deram Milei à frente, mas com pouca diferença para Massa e Bullrich.
Nesta reta final de campanha, o governo Lula tem feito acenos ao governismo de Massa e rebate os questionamentos sobre suposta intervenção na política interna do vizinho.
Na segunda-feira (28/8), em Brasília, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, receberam Massa para falar de acordos comerciais e investimentos brasileiros. Ato seguido, a imprensa argentina deu destaque a declarações atribuídas ao presidente brasileiro sobre Milei. “Está mais louquinho que Bolsonaro”, teria dito Lula, segundo o jornal Página 12, de Buenos Aires, citando assessores de Massa que o acompanharam na reunião com o presidente brasileiro.
As supostas declarações de Lula ganharam destaque também nas emissoras de televisão local, como na América TV, por exemplo, e a foto de Massa com o presidente brasileiro ilustrou o comunicado à imprensa sobre a reunião distribuído pelo Ministério da Economia argentino.
Uma fonte do governo brasileiro evitou confirmar as declarações de Lula. “Observe que o presidente Lula não fez declarações públicas (como as atribuídas a ele na Argentina). Ele pode ter suas preferências, mas o governo brasileiro terá relação com qualquer um dos candidatos que chegue a ser eleito”, disse o alto funcionário.
Preocupação Regional
Além da política externa, as possíveis medidas no âmbito interno em um eventual governo Milei também têm sido acompanhadas não só pela gestão Lula como por governos e políticos da região, além de empresários e analistas.
Entre os planos já ventilados por Milei estão o fim do Banco Central (que seria “dinamitado”), a eliminação de programas sociais, mudanças radicais na legislação trabalhista e nas áreas de saúde e de educação públicas, que deixariam de ser custeadas pelo Estado. O economista propõe um ajuste ainda maior do que o que é hoje exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina e nega que exista uma crise climática.
“Não é que Milei seja de direita, ele é louco”, disse o ex-presidente José ‘Pepe’ Mujica, um referente para a esquerda da região, à imprensa uruguaia. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também de esquerda, disse à imprensa colombiana que as declarações de Milei eram similares às de Hitler. Milei reagiu dizendo que “os socialistas não me surpreendem e são parte da decadência”.
Os sinais de alerta não vem só à esquerda. A consultoria de risco global Eurasia Group escreveu aos clientes no mês passado: “Milei não tem um plano claro para atingir seus objetivos, e sua provável futura presidência vai ser altamente disruptiva”.
A Argentina é um país com ampla e forte estrutura sindical e de movimentos sociais e a preocupação, em relação aos efeitos internos, é sobre qual seria a reação caso os chamados direitos adquiridos sejam afetados pelo próximo governo. Perguntados se os planos internos de Milei geram inquietação, fontes do governo brasileiro disseram, sem entrar em detalhes: “É uma decisão dos argentinos, mas as declarações dele são preocupantes”.
Um diretor executivo de uma empresa com negócios no Brasil e na Argentina e que está baseado em Buenos Aires disse que no meio empresarial existe preocupação sobre as “medidas radicais” de Milei.
“Nós entendemos que, com a crise atual, o que as pessoas querem é esse discurso radical. E, em geral, os empresários ficam satisfeitos quando um político diz que a presença do Estado será mínima ou inexistente”, disse o empresário.
“Mas Milei nos gera preocupação. O que ele planeja fazer, como a reforma trabalhista, precisa de apoio do Congresso. Hoje ele não tem esse apoio. E como ele faria diante da resistência dos sindicatos e movimentos sociais? E nosso temor é que as medidas econômicas que ele tente aplicar provoquem ainda mais inflação, ou hiperinflação”, seguiu.
Segundo dados oficiais, nos últimos doze meses, entre julho do ano passado e julho deste ano, a inflação argentina foi de 113,4%. No âmbito empresarial, contou uma fonte da Bolsa de Comercio de Buenos Aires, a preferência seria por Bullrich, “que é pró-mercado, mas não radical como Milei”.
Após as eleições primárias, a situação econômica ficou ainda mais turbulenta. O governo desvalorizou o peso em quase 20%, o dólar paralelo disparou e a expectativa é que a inflação de agosto possa chegar aos dois dígitos, de acordo com economistas.
“Se Milei colocar em prática o que diz, como a reforma trabalhista e a privatização da saúde e da educação, haverá conflitos. E devemos notar que ele não contaria com votos do Congresso Nacional”, disse o analista Timerman.
Neste caso, a preocupação, segue o analista, também é sobre como o setor de segurança poderia reagir diante dos possíveis protestos e manifestações – que costumam fazer parte da Argentina.
Novas carreiras estão nascendo e a tecnologia “está fazendo evoluir as profissões tradicionais em absolutamente todos os setores”.
É o que diz Elena Ibáñez, CEO da Singularity Experts, uma startup que fornece consultoria sobre o mercado de trabalho.
“Há muitos estudos que dizem que a Inteligência Artificial (IA) está criando mais empregos do que destruindo”, afirma à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC).
A questão, diz a especialista, não é para onde apontam as oportunidades de trabalho, mas em que devemos nos especializar dentro de nossas profissões para aproveitar as oportunidades que a IA está gerando.
“O que estamos vendo no mercado, especialmente quando conversamos com clientes tanto do setor de tecnologia quanto de indústrias mais tradicionais, não é que a IA esteja vindo para destruir empregos”, disse Francisco Scasera, líder de tecnologia na Argentina na empresa de recrutamento Michael Page.
“Provavelmente ainda pensamos em humanos para tarefas básicas demais. Acho que o grande desafio é fazer com que os cargos que já existem evoluam para ter uma valorização diferente. A IA pode cuidar disso.”
Acreditar que a IA é uma questão apenas do Vale do Silício e das grandes tecnologias é não enxergar a realidade por completo.
Em 2022, por exemplo, o Departamento de Operações de Manutenção de Paz da ONU procurava um especialista em IA e Machine Learning (aprendizado de máquina). O Instituto Inter-regional de Pesquisa para o Crime e Justiça das Nações Unidas (UNICRI) tem um Centro de IA e Robótica.
‘Imparável’
Apesar da perspectiva negativa com que muitas pessoas veem a IA, não só devido ao seu efeito no mercado de trabalho, mas também devido ao poder que temem que ela possa desenvolver, nem todos enxergam apenas o lado ruim.
Embora o Fórum Econômico Mundial tenha indicado, em um relatório de 2020, que a força de trabalho estava se tornando automatizada “mais rapidamente do que o esperado, deslocando 85 milhões de empregos” até 2025, observou que “a revolução robótica criará 97 milhões de novos empregos”.
Em abril, Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi contundente: “A Inteligência Artificial é imparável. Temos que aceitar que isso irá cada vez mais longe.”
“Mas, de modo geral, os avanços tecnológicos e digitais criam frequentemente mais empregos do que são eliminados. Sabemos disso”, disse à agência de notícias EFE.
“Não é o fim do trabalho”, disse Janine Berg, economista da OIT, à BBC Mundo. “Trata-se de incorporar esta tecnologia para nos tornar mais eficientes, para nos ajudar a fazer nosso trabalho.”
O especialista reconhece que “há muitas pessoas que estão formando sistemas de IA, em determinadas empresas, cujas condições de trabalho não são tão boas”.
Este é um dos muitos desafios que esse setor enfrenta: as centenas de milhares de trabalhadores, muitos deles de baixa renda e em países pobres, sem os quais vários sistemas de IA não existiriam.
Apesar das muitas controvérsias, a IA já está integrada em nossas vidas.
“O importante é se sentir confortável com a tecnologia e isso não significa ter que estudar programação, mas sim ter consciência de que no mercado de trabalho os empregadores vão procurar pessoas que usem a IA como ferramenta para o seu trabalho, para ser mais produtivo”.
E, segundo Berg, não é necessário fazer especializações caras no exterior, já que na América Latina existem centros de estudos e iniciativas de formação sintonizadas com as demandas do mercado.
“O segredo é estar disposto a aprender e fazer perguntas.”
Listamos a seguir sobre alguns empregos que estão sendo criados na área de IA:
1. Engenheiro de prompts
O prompt engineer, ou engenheiro de prompts, é a pessoa que projeta prompts, solicitações, instruções ou premissas, para posteriormente enviar para uma ferramenta de IA.
A chave para que os vários modelos de IA generativa respondam aos pedidos dos usuários com o melhor resultado possível depende, em grande parte, da capacidade do engenheiro de desenvolver instruções realmente eficazes (em forma de texto), nas quais a precisão e o contexto são essenciais.
Em março, o Fórum Econômico Mundial listou a profissão como parte dos “3 empregos novos e emergentes”, enquanto a publicação Business Insider classifica a engenharia de prompt como uma das áreas mais interessantes da IA generativa.
A Forbes e a Universidade Arizona State ainda chamaram o posto de “um dos novos empregos mais quentes”.
Em abril, a revista Time observou que esse tipo de trabalho não exigia “um diploma em engenharia da computação, nem mesmo habilidades avançadas de programação”.
E embora algumas fontes concordem que não é imprescindível ter formação tecnológica e destaquem que a chave para esta posição é ter competências como pensamento crítico, análise de dados e criatividade, diversas ofertas de emprego encontradas pela BBC Mundo também pedem o conhecimento de programação em linguagens como Python e TensorFlow, além de experiência com modelos de aprendizado de máquina.
Nem todos os especialistas, no entanto, encaram a engenharia de prompt com entusiasmo desenfreado. Para muitos, é uma ocupação que pode ter vida curta devido ao rápido avanço da IA.
“Tenho uma forte suspeita de que a ‘engenharia de prompt’ não será um grande negócio no longo prazo… não é o trabalho do futuro”, escreveu Ethan Mollick, professor associado da Universidade da Pensilvânia, no X (antigo Twitter).
Outros veem o conhecimento na área como uma forma dos candidatos serem mais competitivos, assim como o conhecimento em Microsoft Excel foi no passado.
“Dizem que se você for bom em engenharia de prompt, poderá evitar ser substituído pela IA e poderá até almejar um salário mais alto. Mas ainda não se sabe se esse continuará a ser o caso”, escreveu Richard Fisher, autor e editor da BBC Future.
2. Pesquisador de IA
O papel desse profissional é identificar maneiras de usar a IA para superar problemas e limitações que as organizações possuem.
Quem ocupa esse cargo é especialista em “compreender grandes conjuntos de dados e transformar esse aprendizado em ideias e planos para desenvolver novas tecnologias de IA para as quais os cientistas de dados darão vida”, segundo a Universidade de Leeds (Reino Unido).
Um pesquisador de IA deve possuir o que chamamos de soft skills, aquelas que estão relacionadas à inteligência emocional, pensamento crítico, resiliência, adaptabilidade, entre outras.
São competências fundamentais, segundo a instituição acadêmica, porque o seu “papel envolverá brainstorming frequente para encontrar novos métodos e abordagens”.
Tecnicamente, “habilidades matemáticas para usar estatísticas e prever como os programas de IA serão executados, e a capacidade de analisar dados com experiência em ferramentas como RapidMiner ou SketchEngine” também serão importantes.
Para Ibáñez, esse profissional deve ser especialista em três áreas: engenharia de software, estatística e negócios.
“Ou seja, é um perfil muito completo que aplica todo o seu conhecimento técnico para melhorar um negócio.”
3. Especialista em Processamento de Linguagem Natural (PLN)
É o especialista que domina os modelos linguísticos e apoia a equipe de desenvolvimento de software no processamento da linguagem, explicam analistas.
Normalmente, é necessária uma licenciatura em Filologia, Linguística ou Tradução e Interpretação.
E, embora não exija conhecimentos tecnológicos profundos, especializações em Processamento de Linguagem Natural ou mestrado em Linguística Computacional podem enriquecer o perfil do candidato.
A Linguística Computacional, que é um campo interdisciplinar que nos acompanha há décadas, busca traduzir a lógica da linguagem escrita e falada em máquinas para que posteriormente, por meio do treinamento de modelos, elas possam executar tarefas.
Por isso, não existem apenas cientistas de dados e desenvolvedores de software por trás dos chatbots, mas também membros de outras disciplinas humanísticas, como Filosofia e Psicologia.
4. Especialista em Automação de Processos Robóticos ou RPA (Robotic Process Automation)
Trata-se do gerenciamento de sistemas de software que automatizam tarefas repetitivas e manuais em uma empresa.
Segundo Ibáñez, para se formar nessa área, existem diversas graduações como Programação e, principalmente, especializações relacionadas a RPA (Robotic Process Automation ou Automação de Processos Robóticos).
Empresas como a Microsoft associam a adoção de RPA pelas organizações a aumentos de produtividade.
“O RPA beneficia o seu negócio ao automatizar diversas atividades, incluindo transferência de dados, atualização de perfil de cliente, entrada de dados, gerenciamento de estoque e outras tarefas mais complexas”, afirma em seu site.
5. Auditor de algoritmos
Ibáñez explica que este trabalhador analisa algoritmos de sistemas ou aplicativos para garantir que estejam livres de preconceitos que discriminem as pessoas com base em gênero, raça, idade etc.
É preciso tanto uma formação técnica (Desenvolvimento de software, Informática) quanto uma preparação mais humanística que se aprofunda na ética.
Na verdade, os auditores de algoritmos devem ter uma compreensão prática de como os algoritmos podem afetar as pessoas.
Daí a importância de trabalhar em estreita colaboração com os cientistas de dados para rever regularmente os algoritmos, garantir que “são transparentes, justos e explicáveis” e que, uma vez publicados, mantêm a imparcialidade, diz a Singularity Experts.
“Além disso, fornecerá recomendações aos desenvolvedores sobre como tornar o modelo mais ético e compreensível para a população”.
6. Especialista em Ética e Direito com conhecimento de IA
“Independentemente de onde você esteja na cadeia da IA, quer você produza a tecnologia, use-a ou crie conteúdo para treiná-la, é importante que você tenha ao seu lado advogados e especialistas em ética com experiência em IA”, disse à BBC Mundo Mathilde Pavis, professora associada da Faculdade de Direito da Universidade de Reading, na Inglaterra.
“Isso permitirá que você tenha certeza de que não está fazendo algo que mais tarde terá que ser removido.”
Como especialista em direito de propriedade intelectual, ética e novas tecnologias, Pavis também aconselha governos, organizações e empresas sobre o impacto da IA no tratamento de dados sensíveis.
Ela afirma que algumas das principais questões que a IA gera são: os direitos de propriedade intelectual são violados quando ela é treinada com informações que estão na internet ou nas redes sociais? Fazer isso viola os direitos à privacidade?
“Obviamente, existe um risco potencial de que a tecnologia que você desenvolve seja mal utilizada por terceiros, mesmo que essa nunca tenha sido sua intenção”, alerta a professora. “Que seja utilizado, por exemplo, para difundir informações falsas, cometer fraudes, desestabilizar eleições.”
Por este motivo, é fundamental que sejam implementados desde o início mecanismos de controle relativos ao impacto legal, social e ético da tecnologia de IA que é criada ou utilizada.
E esse é um dos campos do Direito que a IA está abrindo.
São necessários advogados que possam compreender e conectar dois mundos: o do Direito Comercial, que inclui a propriedade intelectual; e o do Direito Penal e da Cibersegurança.
São mundos que normalmente não se comunicam entre si. Mas, “a IA oscila nesse espectro: é um produto com grande potencial comercial e, ao mesmo tempo, potencial para uso indevido”.
Um advogado que queira se aventurar na área da IA deve, por exemplo, aconselhar uma empresa que queira trazer “um grande produto, uma inovação em IA, para o mercado”, com o enquadramento jurídico comercial e com o enquadramento regulatório da internet.
Pavis é especializada no uso de IA nas indústrias criativas. Mais especificamente, nos conteúdos gerados com IA: vozes e rostos, a “clonagem digital de seres humanos”.
Ele presta consultoria a startups que “querem ter certeza” de que a tecnologia de clonagem que estão desenvolvendo não infringe a lei.
“Também trabalho com artistas que desejam participar da ‘revolução da IA’, mas querem ter certeza de que os recursos que eles trazem para a mesa – as gravações de suas vozes, suas performances – não estão sendo mal utilizados ou que, de alguma forma, eles se tornem seus próprios concorrentes no mercado”.
“E também trabalho com empresas e meios de comunicação que desejam encomendar produtos que envolvam IA, mas querem garantir que tudo seja feito de maneira adequada e ética”, finaliza.
A cooperação dos Estados Unidos na investigação da venda de joias no exterior é considerada por agentes da Polícia Federal como essencial para confirmar as informações prestadas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O militar da ativa prestou 24h de depoimentos na semana passada. As falas foram gravadas pelas autoridades policiais, que negociam um acordo de cooperação premiada com o ex-braço direito de Jair Bolsonaro.
O compartilhamento de imagens e documentos aguarda autorização dos Estados Unidos. A lista de pedidos já foi concluída pelo governo brasileiro, que, recebeu acréscimos de novos tópicos na semana passada.
As solicitações incluem documentação sobre a compra e a venda de joias, quebra de sigilos bancários e pedidos de filmagem. Após os depoimentos do ex-ajudante de ordens, de acordo com agentes policiais, novas informações foram requeridas.
A expectativa dos investigadores é de que, com o envio das solicitações para a autoridade central norte-americana, as primeiras informações sejam fornecidas ainda na primeira quinzena de setembro.
O pedido é efetuado por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, do Ministério da Justiça, e inclui o envio de uma equipe da Polícia Federal para efetuar diligências.
A pedido da Polícia Federal, foi autorizada a quebra de sigilo das contas bancárias no exterior de Jair Bolsonaro e do general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
A suspeita é de que a conta bancária do militar teria sido usada para recebimento de valores relativos a vendas de presentes de alto valor recebidos por agentes públicos brasileiros de autoridades árabes.
Órgãos federais têm um mês para aderir ao modelo inédito de concurso a ser implantado pelo governo, uma espécie de Concurso Unificado Nacional. Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação, a intenção é criar uma proposta parecida ao do atual Exame Nacional do Ensino Médio.
O novo modelo, também chamado de “Enem dos concursos públicos”, prevê uma única prova, objetiva, a ser aplicada para todos os candidatos. E uma outra específica e dissertativa, de acordo com a área de atuação que o candidato escolher.
A princípio, as áreas que farão o concurso unificado serão:
Administração e Finanças Públicas
Setores Econômicos, Infraestrutura e Regulação
Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação
Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário
Políticas Sociais, Justiça e Saúde
Trabalho e Previdência
Dados, Tecnologia e Informação Pública
A nota da prova dará direito a concorrer a mais de um cargo público federal. A distribuição das vagas por cotas continua a mesma. E cargos e carreiras que já previam mais de um critério de seleção, como provas de título e cursos de formação, continuarão tendo esses critérios.
O concurso será aplicado, a princípio, em 179 cidades, nas cinco regiões do país, escolhidas por critérios como localização e população. A maioria das vagas será para trabalhar em Brasília, mesmo que a prova seja feita em outras cidades. Alguns órgãos, no entanto, têm vagas espalhadas por outras regiões.
O cronograma do Concurso Nacional Unificado ainda é uma previsão. Os ministérios, fundações e autarquias terão até o fim de setembro para assinar o termo de adesão. Com a certeza da participação, o governo federal vai publicar o edital, que deve sair em dezembro. A prova foi prevista inicialmente para o fim de fevereiro de 2024, mas a coordenação já admite que deverá ficar para março.
O governo diz que esse modelo para entrada no serviço público federal é mais democrático que o anterior, e que aumenta as chances de candidatos serem aprovados. Mas professores e alunos têm ressalvas – alegam que aumentará a disputa pelas vagas.
Segundo o secretário de Gestão de Pessoas, uma vez preenchidas todas as vagas das áreas dentro daquele bloco temático, os candidatos que ficarem de fora vão fazer parte de um cadastro de reserva em cada uma das áreas e carreiras. Os concursos costumam ter duração de dois anos. Assim, por pelo menos dois anos eles funcionarão como uma fonte de reposição de vagas.
Danilo Souza Cavalcante, de 34 anos, escapou na última quinta-feira (31), 15 dias depois de ser condenado à prisão perpétua por matar a ex-namorada a facadas na frente dos filhos dela.
A polícia do estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, está fechando o cerco ao brasileiro condenado à prisão perpétua que fugiu da cadeia na última quinta-feira (31). As autoridades estão procurando Danilo Souza Cavalcante, de 34 anos, que foi preso em 2021 por matar a facadas a ex-namorada na frente dos filhos dela.
Os agentes locais divulgaram imagens de câmeras de segurança que registraram Danilo na noite de sábado (2) na cidade de Chester, localizada a uma hora da capital Filadélfia. As autoridades disseram que ele não mudou a aparência dele. E alertaram para que quem localizar o criminoso não se aproxime dele, mas sim tente repassar informações à polícia.
Centenas de agentes participam de uma operação policial que praticamente fechou Chester. A polícia bloqueou várias ruas e pediu para que ninguém saísse de casa durante a operação para tentar localizar o brasileiro. Agentes locais, estaduais e federais participaram das buscas. Moradores foram orientados a se trancar em casa, e os que saíram levaram várias horas até poder retornar.
A polícia diz que Danilo é extremamente perigoso e ofereceu uma recompensa de 10 mil dólares (R$ 49,4 mil) por informações que possam ajudar a encontrá-lo.
O brasileiro foi condenado a prisão perpétua no último dia 16 de agosto por matar a ex-namorada, Débora Evangelista Brandão, em abril de 2021. No entanto, ele fugiu da prisão na Pensilvânia na última quinta-feira. As circunstâncias da fuga não foram divulgadas.
A Polícia Civil identificou mais três suspeitos de envolvimento no ataque a tiros que atingiu Rinaldo Oliveira Amaral, mais conhecido como Mingau, baixista do Ultraje a Rigor, em Paraty (RJ). A informação foi passada pelo delegado da cidade, Marcello Russo, nesta segunda-feira (4).
De acordo com o delegado, foi pedido à Justiça para que fossem expedidos os mandados de prisão preventiva contra os suspeitos.
O crime aconteceu no fim da noite de sábado (2). No domingo (3), policiais militares e civis prenderam um homem, de 29 anos, por suspeita de participação no ataque. Ele foi localizado no bairro Ilha das Cobras, bairro onde ocorreu o ataque.
Com o suspeito, a polícia encontrou farta quantidade de drogas, como maconha, cocaína e cheirinho de loló, além de dois carregadores estendidos, kit rajada, munições e uma pistola glock, com número raspada, calibre .40.
“Essa arma teria sido usada na empreitada criminosa, na Praça do Ovo, na Ilha das Cobras, que vitimou o Rinaldo. No local, nós encontramos três estojos do calibre .40, além de um projetil deflagrado também no mesmo calibre. Ou seja, essa arma está sendo colocada no local do crime”, disse o delegado.
O homem foi levado para a delegacia de Paraty e será transferido nesta segunda-feira para um presídio do Rio de Janeiro (RJ), onde vai passar por uma audiência de custódia.
Mingau passou por cirurgia
Mingau passou por uma cirurgia de emergência na cabeça depois de dar entrada no Hospital São Luiz do Itaim, em São Paulo (SP). O estado dele é grave.
“O procedimento durou cerca de 3h30. O quadro clínico é grave, e o paciente seguirá aos cuidados da Unidade de Terapia Intensiva, sedado e mantido sob ventilação mecânica”, diz o hospital.
O baixista chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal Hugo Miranda, em Paraty, mas precisou ser transferido porque não havia neurocirurgião na unidade.
Isabella Aglio, filha do baixista, afirmou em uma publicação no Instagram no domingo (3) que o estado do pai dela é delicado e pediu para fãs e amigos rezarem.
O caso
Mingau foi baleado por volta de 22h de sábado. O músico, de 56 anos, estava com um amigo passando em um carro em alta velocidade perto da Praça do Ovo quando foi alvo de vários disparos efetuados por criminosos armados.
Em depoimento à Polícia Civil, o amigo, que estava no veículo, disse que eles sacaram dinheiro no banco e estavam indo fazer um lanche quando sofreram o ataque.
À Polícia Militar, o acompanhante de Mingau deu outra versão: a de que ambos estavam indo comprar drogas, segundo o registro da ocorrência.
O carona contou que se abaixou para se proteger dos tiros, mas percebeu que Mingau caiu para o seu lado logo após os primeiros disparos. Em seguida, o automóvel perdeu o controle e bateu no portão de uma casa.
O amigo do músico explicou ainda que assim que encostou em Rinaldo viu que ele foi atingido na cabeça.
O delegado de Paraty afirmou que a área onde o baixista foi baleado é dominada pelo tráfico de drogas.
“Ao ver esse carro entrando, uma picape escura, eles podem ter confundido e efetuado o disparo que acabou atingindo esse integrante da banda Ultraje a Rigor”, explicou Marcello.
A Polícia Civil informou ainda que os agentes continuam em diligências na tarde deste domingo para identificar e localizar os outros envolvidos na tentativa de homicídio.
Estrutura simples sob um galpão no assentamento Itamarati, em Ponta Porã, chama a atenção pela história por trás do cancheio (processo de secagem e moagem das folhas de erva-mate para serem usadas no preparo de bebidas, como tereré e chimarrão) artesanal de erva-mate. Há cinco anos, José Rodrigues abriu mão da granja e apostou na bebida que é patrimônio imaterial de Mato Grosso do Sul. Antes, porém, a venda de ovos serviu para bancar a pequena agroindústria, que ele se orgulha de ter erguido sem um tostão emprestado.
O caminho até a realização do sonho começou há 12 anos, quando o agricultor familiar começou a plantar o erval. “Na época, entrou um pessoal incentivando a plantar amoras para criação de bicho-da-seda. Acabou virando moda entre os vizinhos, mas eu resolvi fazer as contas: com a erva-mate o rendimento por hectare seria em torno de R$ 300 a mais e eu não precisaria dedicar até os domingos na atividade”, lembra.
Segundo ele, a árvore é nativa da região e não exige muitos cuidados. José se orgulha de não precisar borrifar uma gota sequer de veneno e não viver uma vida que ele chama de “louca”, deixando de aproveitar os prazeres da vida ao viver pelo trabalho em tempo integral.
Ainda sem poder canchear erva-mate, já que na época ainda não tinha estrutura necessária, vendia a produção para empresas do ramo. As companhias eram responsáveis por cortar as folhas e transportá-las até o local de processamento.
O tempo passou e José enxergou em uns frangos que ganhou de presente a oportunidade que faltava para montar a agroindústria. Ele brinca que a venda de ovos trouxe tanta dor de cabeça como recursos para tocar o projeto. “Produtos de origem animal têm muitas regras e uma fiscalização intensa. O pessoal ficava bem em cima mesmo”, comenta.
Foi só terminar de assentar o último tijolo no galpão que o agricultor familiar se desfez dos animais e passou a produzir erva parta tereré. O fato de ser artesanal é marketing que fez da erva o ganha pão de José, embora ele ainda a concilie com a lavoura.
“Se somar, eu devo ter investido aqui em torno de R$ 40 mil. Sempre tive vontade de plantar erva-mate. É um serviço que rende. Já cheguei a fazer 400 quilos em uma semana. Além disso, produção vegetal é menos complicada em termos de fiscalização”, explica o pequeno produtor.
Revezes
A produção de José está parada enquanto ele procura um funcionário para trabalhar no cancheio. Ele contratava uma pessoa que morreu recentemente e agora tenta preencher novamente a vaga. Encontrar mão de obra tem sido um desafio.
“Tenho percebido que falta vontade de trabalhar. Conhecimento não precisa ter porque eu mesmo ensino. Por enquanto, voltei a vender para empresas especializadas, que vêm até aqui colher, mas espero em breve retomar a minha produção”, completa.
Para atender demandas da construção civil, a Funtrab (Fundação do Trabalho de MS) realiza “o Feirão da Empregabilidade Construção Civil” nesta segunda-feira (4), das 8 às 16 horas, na Rua 13 de Maio, nº 2.773, Centro. Os interessados podem comparecer na agência, com CPF, RG e Carteira de Trabalho.
São 272 oportunidades para três grandes empresas, que farão processo seletivo e entrevistas no Feirão da Empregabilidade. O salário pode chegar R$ 3 mil, acrescidos de benefícios.
Tem funções de armador de ferros, encarregado de obras, bombeiro hidráulico, carpinteiro, eletricista, pedreiro, ajudante de obras, motorista de caminhão, serralheiro e motorista carreteiro.
Também há oportunidades para recepcionista, secretária, ajudante de serralheiro, supervisor de logística, servente de obras, encarregado de obras, montador de andaimes (edificações) e carpinteiro de obras.
O diretor-presidente da Funtrab, Ademar Silva Júnior, reforça a importância das ações da Fundação nesta boa fase da geração de empregos em Mato Grosso do Sul.
“Estamos em um momento ímpar na geração de empregos, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho). O estoque de emprego formal em Mato Grosso do Sul apresentou expansão em julho de 2023. O crescimento foi de 2.386 postos de trabalho, equivalente a variação de 0,38% em relação ao estoque do mês anterior. A Funtrab realiza a intermediação de mão de obra e, com isso, ajuda muitas pessoas”, conclui Júnior.