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MS e MT assinam plano integrado de proteção contra queimadas no Pantanal

O termo de cooperação de defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal foi assinado pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB); governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) e pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na manhã desta terça-feira (18), no auditório do Bioparque Pantanal, em Campo Grande.

A área do Pantanal equivale a quinze milhões de campos de futebol, sendo dividida pelos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e agora terão as mesmas técnicas de prevenção e resposta a incêndios no bioma.

Na ocasião, os dois estados se comprometeram a gerir um grupo de trabalho formado por equipes técnicas. O termo de cooperação para a proteção do bioma terá cinco anos de duração e prevê:

  • Criação de uma resposta e responsabilização a incêndios florestais;
  • Monitoramento da fauna silvestre;
  • Investimento em produção sustentável;
  • Investimento em turismo.

Em 2019 e 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história nos últimos anos. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares, o que equivale a 26% do bioma – uma área maior que a Bélgica – consumida pelo fogo. A ministra Marina Silva destacou a importância do pacto entre os estados e o ministério para o controle do desmatamento e da queimada do bioma.

“É uma ação que deve ser feita de forma compartilhada entre o governo federal e os governos estaduais. Nesse caso, já temos até uma parceria entre os dois governos que compartilham o mesmo bioma. Então, esse pacto feito pelos dois estados é uma demonstração de que algo dessa magnitude não tem como ser enfrentado por um ente federado de forma isolada”, disse Marina Silva.

Na ocasião, a ministra sugeriu que o próximo passo seria elaborar um pacto pelo Pantanal. “Segundo passo, talvez seja a gente fazer um pacto pelo Pantanal, além dos governadores, envolvendo também os prefeitos, como a gente já fez com a Amazônia”.

A assinatura acontece em Campo Grande, no auditório do Bioparque Pantanal — Foto: Rafaela Moreira
A assinatura acontece em Campo Grande, no auditório do Bioparque Pantanal — Foto: Rafaela Moreira

Recentemente, o governo de Mato Grosso do Sul publicou um decreto de emergência ambiental, com foco no bioma Pantanal, o qual estabelece critérios do trabalho de prevenção a incêndios florestais, inclusive sobre os aceiros nas divisas e a utilização da figura da queima prescrita. De acordo com o governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB), satélites, videomonitoramento e inteligência de ambos os estados estarão alinhados para preservação do bioma.

Riedel destacou que Mato Grosso do Sul conta com 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros em propriedades rurais para reforçar o combate aos incêndios florestais.

“Na medida que temos bases instaladas em pontos do Pantanal de Mato Grosso do Sul, o Mato Grosso também detém uma força preparada e podemos atuar em conjunto. Temos videomonitoramento, acompanhamento de satélite com uma capacidade operacional para atuar no combate a eventuais incêndios, os prejuízos que causam os incêndios no Pantanal”.

Nos últimos anos, cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram pelas queimadas no bioma. Só no território de Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares viraram cinzas. No Mato Grosso, a destruição foi maior: quase 2,2 milhões de hectares.

Na solenidade, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, destacou que os pontos a serem trabalhados entre os dois estados são o fortalecimento da segurança pública e a atuação das equipes do Corpo de Bombeiros no bioma.

“Precisamos unir os nossos esforços para continuar o trabalho de preservar esse grande patrimônio ambiental que é o Pantanal. A partir de agora vamos melhorar todas as ações que já acontecem, ter mais sinergias entre as equipes e com isso produzir o maior resultado na proteção do nosso Pantanal”.

Os secretários Jaime Verruck (Semadesc) e Antonio Carlos Videira (Sejusp) também participaram da solenidade, juntamente com o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, e os secretários do Mato Grosso, coronel César Augusto Roveri (Segurança Pública) e Mauren Lazzaretti (Meio Ambiente), além de autoridades estaduais e federais.

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Polícia Federal suspende serviço online de emissão de passaporte após suspeita de tentativa de invasão em site

O serviço de agendamento de emissão de passaporte pelo site da Polícia Federal (PF) foi suspenso temporariamente. A instituição investiga uma tentativa de invasão ao site da PF e, por isso, o serviço foi bloqueado, ainda sem previsão de normalização.

De acordo com a PF, os agendamentos feitos com antecedência vão ser atendidos normalmente na data e horário marcados. Quem tiver necessidade de emitir o passaporte nos próximos 30 dias, deve enviar documentos que comprovem urgência em uma unidade emissora.

Para os usuários que não tiverem viagem programada para os próximos 30 dias, a Polícia Federal recomenda aguardar a normalização do serviço.

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Fundtur capacita profissionais da região Nordeste do Brasil sobre destinos turísticos de MS

Desde quinta-feira (18), e até domingo (21), Mato Grosso do Sul participa da Rodada de Negócios da Foco Operadora. O maior evento de negócios no turismo do Nordeste acontece em Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e coloca seus produtos e serviços diante dos melhores agentes de viagens dos mercados do RN, PB, SE, CE e PE.

Segundo Rogério Chelotti, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, a participação da FundturMS na Rodada de Negócios Foco Operadora se mostra de grande importância para capacitar os agentes de viagens da região Nordeste do país que, cada vez mais, precisam de informações de qualidade sobre os destinos turísticos de Mato Grosso do Sul.

“Esse será o terceiro ano que a FundturMS estará presente nesse importante evento levando capacitação para mais de 300 agentes de viagens com a capacitação ‘Mato Grosso do Sul, o melhor da natureza e ecoturismo no Brasil'”, explica Chelotti, completando em seguida.

“Além disso, teremos um espaço de network para conversar e sanar as dúvidas que os agentes de viagens tiverem, para que eles possam oferecer pacotes de qualidade para que seus clientes vivam de forma intensa as experiências oferecidas nas regiões turísticas Bonito/Serra da Bodoquena e Pantanal em Mato Grosso do Sul”, conclui.

Rodada de Negócios / Foto: Foco Operadora

Já em sua 8ª edição, o tema do evento este ano é ‘Oportunidades em Foco’ e se consolidada no setor turístico com a presença de grandes fornecedores do Brasil e do mundo no segmento.

O tema destaca as inúmeras oportunidades que o evento disponibiliza para seus participantes, sejam eles fornecedores ou agentes de viagens, e visa entregar relacionamento e capacitação, além de provocar a geração direta de negócios.

Saiba mais sobre o evento no site: rodadadenegociosfoco.com.br.

Fonte: Comunicação Fundtur

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Dia dos Povos Originários: Fernando é o 1º promotor de Justiça sul-mato-grossense de origem indígena

Por trás de um termo de posse, um sorriso nos lábios e a sensação de um sonho realizado, está uma trajetória de persistência e superação do jovem indígena Fernando da Silva Souza Júnior, de 27 anos, da etnia Terena, natural da RID (Reserva Indígena de Dourados). Ele agora percorre novos caminhos como o 1º promotor de Justiça de origem indígena sul-mato-grossense, no estado do Pará.

Para conquistar o seu espaço, Fernando – que iniciou seus estudos na escola municipal Tengatui Marangatu, na RID, e depois como os demais jovens moradores da reserva foi para a cidade estudar – passou por muitas adversidades, mas que de acordo com ele, foram elas que o motivaram a seguir firme em seu sonho.

“O período de estudos na cidade, foi de muita dificuldade, das mais diversas, mas ressalto o preconceito racial como a principal delas. Foram inúmeros episódios, em que vivi situações de racismo explícito, que influenciaram, e muito, no desenvolvimento de minha personalidade. Porém, nunca permiti que fosse barreira aos meus sonhos e projetos no âmbito educacional”, detalha.

Promotor de Justiça Fernando da Silva Souza Júnior

Hoje o jovem promotor ocupa um cargo de poder, o que é fundamental para garantir a representatividade e a inclusão do povo indígena, proporcionando a voz própria e legítima para defender os interesses e direitos, contribuindo para a promoção da igualdade, da justiça social e do respeito à diversidade cultural.

“Eu sempre soube o que eu queria desde criança, sempre sonhei me formar e trabalhar na área do direito. Após minha faculdade, percebi que o direito possui inúmeras vertentes, todas com sua importância para a sociedade. O trabalho exercido pelo Ministério Público, quando desempenhando com dedicação e visão ampliada, é um trabalho incrível. O promotor de justiça, como o próprio nome diz, possui a função de promover à justiça na sociedade como um guardião da Lei, na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”, ressalta.

A conquista representou orgulho para a população indígena sul-mato-grossense, uma vez que o Estado possui a 3ª maior população indígena do país com o total de 116,3 mil pessoas (4,22%) dos habitantes do Estado, distribuídos em 8 etnias e 32 territórios.

“A preparação para concurso público é extremamente difícil. São inúmeras renúncias que é necessário fazer. Tive que abrir mão de muita coisa: lazer, tempo com a família, tempo com amigos. Foram anos de muito estudo e dedicação, finais de semana trancado num quarto estudando, noites e noites na biblioteca de minha antiga faculdade estudando, após um dia todo de trabalho. Desgaste emocional, físico e material, porém, não me arrependo de nada, faria tudo de novo. E eu gostaria de dizer aos jovens indígenas de Mato Grosso do Sul, que lutem por seus sonhos”.

Fernando agora tem a missão de levar suas perspectivas e experiências para dentro do sistema judiciário, em Santa Luzia do Pará, região do nordeste do Pará, a 200 quilômetros da capital Belém.

“Divido essa responsabilidade com um colega e amigo, Dereck Luan Vasconcelos, indígena do Estado do Pará, que ingressou no Ministério Público juntamente comigo. E é uma responsabilidade grande, porque devemos ser agentes multiplicadores em meio ao nosso povo indígena. Trago comigo uma representatividade em que quero muito que seja motivo de orgulho para meu povo, e quero muito, ser propulsor para a construção de muitos outros sonhos dentro de nossas comunidades indígenas, em especial às do ‘meu Mato Grosso do Sul’. E, certamente estarei de alguma forma encontrando caminhos e mecanismos para conseguir ser esse agente multiplicador”.

A presença de jovens indígenas em cargos na justiça também vem como um exemplo inspirador para outras pessoas de suas comunidades, incentivando a busca por mais representatividade e protagonismo em diferentes esferas da sociedade. A diversidade de vozes e experiências enriquece o debate e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

“Jamais admitam limitações, pois nós podemos chegar onde quisermos. É claro, com muito empenho e dedicação. E eu sei que temos inúmeros talentos e jovens empenhados dentro das comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul. Sonhem, busquem, lutem e realizem”, finaliza Fernando.

Novos caminhos para as políticas públicas

O Governo do Estado vem a cada ação valorizando e reconhecendo a identidade cultural dos povos indígenas, impulsionado a realidade destas comunidades para novas possibilidades voltadas à realidade local, com foco nessa transformação social.

Para a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, as políticas públicas para os povos indígenas são importantes em vários aspectos.

“Em destaque para o desenvolvimento sustentável que as políticas públicas são cruciais para garantir a proteção dos direitos, o bem-estar e a preservação cultural das comunidades indígenas. Ao priorizar políticas inclusivas e respeitosas, podemos fortalecer essas comunidades, promovendo sua autodeterminação, dignidade e prosperidade. Sendo essencial o que estamos fazendo, que é trabalhar em parceria com os povos indígenas para criar e implementar ações que atendam às suas necessidades e aspirações, promovendo assim uma sociedade mais justa, equitativa e culturalmente rica para todos. Para que mais jovens possam trilhar novos caminhos, seguindo seus sonhos como o Fernando”, explica a secretária.

Fonte: SEC

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Primeiro Empretec Indígena do País floresce em solo Ofayé, entre pinturas e bordados que contam a história de um povo

Uma pequena comunidade em número, mas gigante no talento de contar a história de um povo através da pintura e do bordado das folhagens e animais presentes no território Ofayé.

Na aldeia localizada a pouco menos de 10 quilômetros de Brasilândia, câmeras e microfones disputavam espaço para registrar o feito inédito que acontecia ali. Em 2.475 hectares, as 126 pessoas das últimas 32 famílias Ofayé do mundo, ganharam a atenção do País pelo que move a comunidade.

Ramona Coimbra Pereira tem 40 anos, é uma das lideranças da aldeia, vice-cacique, está à frente do grupo de artesãs, e quem em ofayé se chama “Fokoi Fwara”. “Significa pé de tamanduá, que é igualzinho ao pé de um bebê. Meu avô, assim que me viu, viu meu pé e que era igual, ficou Fokoi Fwara”, conta. 

“Fokoi Fwara”, que em ofayé quer dizer “Pé de tamanduá”, Ramonaé vice-cacique da comunidade Ofayé. (Foto: Bruno Rezende)

Embora seja da etnia Ofayé, Ramona nasceu longe do território, no período em que seu povo foi expulso da terra e viveu entre os Kadiwéu, próximo a Bodoquena. “Lá tem uma extensão muito grande, e acharam que o Ofayé ia se adaptar lá, mas não se adaptou porque a realidade de lá é totalmente diferente daqui. Os Ofayé sempre viveu aqui, a vida toda, desde sempre, à beira do rio, desde Taquarussu, Ivinhema, essa região todinha subindo e descendo sempre foi a região dos Ofayé”, contextualiza. 

O artesanato ressurgiu na comunidade em meados da década de 2010, através de cursos que ensinaram as mulheres a transpor o desenho da memória para o tecido. Até então, a história da etnia vinha sendo passada para a arte apenas através do arco e flecha. “As outras coisas não tínhamos mais, se perderam. Quando veio esse projeto para a aldeia, foi de alguma forma para revitalizar a história do povo”, lembra a vice-cacique.

O trabalho feito junto às mulheres “tirou” o desenho delas, para que se tornassem pinturas e bordados. “Não é que ensinaram a copiar, mas ensinou a tirar o desenho dela. Tipo: imagina um tatu, eu vou desenhar um tatu. Não vai ser igual. Você vê que os desenhos são todos diferenciados, é quase parecido, mas não é. É a imaginação delas”, explica Ramona.

Entre máquinas de costura, tecidos, bordados e pinturas, a história do povo vem sendo passada adiante. (Foto: Bruno Rezende)
Na parede do ateliê, uma “colinha” com o nome e os pontos a serem bordados, de forma a “padronizar” o trabalho artesanal das mulheres ofayés. (Foto: Bruno Rezende)

Por trás do artesanato, o tema escolhido reflete a história, o pertencimento e também o medo de um povo que já disse adeus ao território. “Quando foram embora para outra terra, os animais ficaram tudo para trás, e isso daqui veio para trazer. Um dia, uma delas me falou que era importante desenhar os animais, ‘porque vai que um dia a gente perde de novo’?” reproduz a vice-cacique. 

Ao falar elas e delas, a vice-cacique se refere a 16 mulheres artesãs da região que passaram pelo 1º Empretec Indígena, realizado no início do mês de abril, no município de Brasilândia, em Mato Grosso do Sul, entre elas, a anciã Neuza da Silva, de 64 anos. 

“Nasci aqui na aldeia, nesse município mesmo, de pai e mãe Ofayé”, se apresenta. É dela a famosa toalha que despertou ainda mais o orgulho da cultura do povo ao aparecer em uma novela das 9, no ano passado. 

“Eu que fiz aquela toalha, quando eu vi, falei ‘ué, pra onde minha toalha foi parar?’ Eu nem acreditei né, Foi alguém que levou lá, que comprou, aí todo mundo ficou, veio em casa falar. Nem acreditei”, recorda.

A toalha tinha folhagens e animais, e desde então, dona Neuza segue recebendo pedidos para costurar mais. O bordado, a costura e a pintura foram aprendidos ali, na comunidade, e hoje são as atividades que ela mais gosta de fazer. “Gosto de tudo, costurar, bordar, pintar, tudo”. 

Anciã, dona Neuza viu toalha feita na comunidade sair em novela das 9. (Foto: Bruno Rezende)

Uma das particularidades do trabalho do povo Ofayé é imprimir nas estampas também sua escrita, já que falantes, mesmo, da língua materna dá para se contar nos dedos. “Eu gosto de falar, mas eu não tenho mais ninguém para conversar comigo. Tem só minha prima, mas ela mora longe, e quando a gente se encontra, conversa em ofayé”.

Dona Neuza até tenta nos ensinar como cumprimentar alguém ao chegar no ambiente, mas passar a sonoridade para a escrita é tão desafiador quanto tecer a memória de um povo. 

“Pra quem não sabe é difícil, as letras mesmo eu não sei escrever nada”, diz a anciã que sonha em ver a continuidade da língua, da cultura e do artesanato nas próximas gerações da família. “Meu sonho é ver meus filhos, meus netos, aprender também, né? É uma oportunidade. A gente não tinha nada, ninguém conhecia nós, nada. Agora vem bastante gente aqui passear, comprar, que a gente faz”, narra orgulhosa.

Artesanato que conta uma história

Cacique da comunidade Ofayé Anodhi, única aldeia da etnia no País, Marcelo da Silva Lins, escreve e explica que ‘Anodhi’, significa “nossa terra”, território hoje ocupado por 32 famílias e que contabiliza os 126 últimos Ofayés do mundo.

Aos 40 anos, ele vem de uma família de Ofayés, filho da anciã Neuza, e que sabe de cor a história de seu povo. Para chegar ao bordado e às pinturas de hoje, o cacique avisa que é preciso costurar presente e passado. “Tem que começar a contar um pouco da história da nossa população indígena Ofayé. Na década de 40 a 60, o nosso povo era estimado em 2.200 e poucos em número de população. Durante todas essas décadas, nós fomos massacrados, e perdemos muitas vidas”, ensina.

Hoje cacique, Marcelo relembra infância ao falar da luta dos ofayés pelo território de origem. (Foto: Bruno Rezende)

Retirados do território tradicional em meados dos anos de 1960, e levados até a região de Bodoquena, a população não se adaptou, e tentou voltar sozinha para a “nossa terra”.

“Muitos morreram e muitos seguiram para outros lugares perdidos, sem saber a direção de voltar. Aqueles que voltaram e chegaram aqui nessa época da década de 60, 70, e não tinha mais nada. Foi assim que começou uma andança nas beiras de rodovia, fazendo acampamento até que se resolvesse a nossa questão fundiária. Nessa época, os nossos líderes, que hoje não estão mais aqui entre nós, travaram uma batalha por anos e anos. Me lembro que eu era criança nessa época, e aí eu ficava olhando as lideranças falando, falando, batendo naquela tecla”, narra Marcelo.

Até que a responsabilidade chegou em Marcelo, que conta ter estudado para aprender sobre o movimento indígena, de diferentes etnias, dentro e fora do Estado de Mato Grosso do Sul, e se tornar cacique. Mais adiante, ele também seria testemunha da resistência dos Ofaié através da linha. 

“Em 2011, nós juntávamos um grupo de 20 mulheres, encabeçado por minha mãe, dona Neuza, que é anciã, e aí começava a fazer e a pensar que hoje, no mundo que nós vivemos, o massacre que nós vivemos, perdemos a vida e perdemos a natureza, nós não temos mais os apreparos de fazer o arco e flecha, de fazer os nossos colares. E aí nós viemos adaptando aquilo que nós temos hoje, conseguimos realizar os nossos artesanatos, a passo lento de início, mas que ao longo do tempo, foi ganhando espaço. Começou a sair para a cidade do município, depois foi para outra cidade, depois foi para o estado, depois cruzou a fronteira do nosso Brasil, chegou a ir para a Espanha, Canadá, o nosso artesanato”, relata.

Empretec Indígena

Assim como as mulheres ofayé costuram bichos e folhas, a história entre o artesanato e o Empretec Indígena foi sendo tecida, a partir de conversas entre lideranças indígenas da etnia e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

Na busca por ter o trabalho da comunidade mais valorizado e reconhecido, Marcelo Silva relembra que a primeira porta que se abriu para a ideia do Empretec Indígena foi através da Cidadania. “Conversando com a Secretária de Cidadania, ela pediu para mim contar um pouco da história do povo e eu falava. Ali nasceu a ideia de trazer o Empretec para a população indígena, e ela fez esse compromisso de fazer o primeiro dentro de um território indígena. Eu falava: ‘mas como, se nós somos tão pequenininhos em vista de outras grandes populações que temos em nosso Estado?”, recorda.

Empretec Indígena floresceu em solo ofayé para valorizar ainda mais o trabalho das mulheres da comunidade. (Foto: Bruno Rezende)

Em números, Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE é o terceiro estado com maior população indígena do País. São 116 mil habitantes indígenas, que estão presentes em todos os 79 municípios, e pertencem a oito etnias, a menor delas é a dos Ofayé.

“Pra mim, como liderança, como cacique, eu me sinto muito honrado, porque hoje a nossa população é uma das mais pequenas, mas a gente vê que também existe. E se está acontecendo aqui esse seminário é pela visão que tivemos dentro desse território, da vontade das mulheres em progredir, em crescer. Nós temos potencial de crescimento, isso foi provado nesses dias de aula, queremos e vamos conquistar os nossos espaços. Queremos buscar a nossa autonomia, a sustentabilidade do nosso povo sem deixar de ser indígena”.

Na prática

Facilitador do Empretec há 31 anos, o consultor do Sebrae/MS Francisco Júnior já levou formação para empreendedores, grandes produtores rurais, e agricultores de pequenas comunidades, mas faltava no currículo chegar até as comunidades indígenas. 

“Comecei a pensar num modelo de trabalho que poderia ser oferecido para eles, e aí esse modelo de trabalho que veio ao encontro exatamente com aquilo que a Secretaria da Cidadania quer, que é o empreendedorismo e sustentabilidade”, contextualiza Francisco. 

Facilitador do Empretec, o analista do Sebrae/MS Francisco Júnior explica que metodologia foi adaptada para a realidade indígena da região. (Foto: Bruno Rezende)

O Empretec não é uma novidade em Brasilândia. O Sebrae MS encontrou junto à Prefeitura um grande parceiro para o desenvolvimento dos trabalhos, que deu o suporte para que as pesquisas começassem na comunidade, cerca de quatro meses atrás.

“A partir desse momento eu vim para cá, para a comunidade, entender, conversar, fazer entrevistas com as mulheres, com os homens, aquela coisa toda, e onde o Sebrae definiu que seríamos a primeira turma, e que seria feita com as mulheres”, completa o facilitador.

Francisco Júnior explica que a metodologia do Empretec se manteve íntegra, e apenas a “musculatura” se adequou à realidade indígena, também à medida em que a convivência entre eles se estreitava. “O que eu espero que vá mudar aqui? Já está mudado, as mulheres já estão querendo produzir o tempo inteiro, estão com a cabeça cheia de ideias. No seminário do Empretec, a gente substitui todos os conceitos técnicos de empreendedorismo por experiências reais. Eu mostro pra eles como é que se faz hoje para definir um objetivo, mostro como é que podemos melhorar a eficiência dentro de qualquer processo, como fazem e agora é com elas”, resume.

Ao fundo, de branco, secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, junto com vice-governador José Carlos Barbosa e do ministr em exercício, Eloy Terena, em dança ofayé. (Foto: Bruno Rezende)

Para a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, o Governo do Estadod e Mato Grosso do Sul é instrumento para empoderar grupos indígenas, em especial, mulheres. 

“Autonomia, desenvolvimento sustentável, e para além disto, é pensar no empoderamento e para que também mude uma chave não para as populações indígenas, mas para a sociedade não indígena, de ver toda a potencialidade que as comunidades indígenas têm e que a diversidade cultural sul-mato-grossense passa pelas comunidades indígenas”, enfatiza.

Antropóloga, Viviane Luiza também pontua que o Empretec Indígena adaptou a metodologia para que realmente seja respeitada a cultura, as tradições e os saberes ancestrais. 

“O resultado é este, é uma prática que o Sebrae quer levar para todos os estados, os municípios que têm comunidades indígenas. Não tenho dúvidas de que, a partir de agora, a cultura indígena criou a capilaridade e vai para o Brasil afora, para o mundo com o primeiro Empretec Indígena”.

Fonte: Comunicação da Cidadania

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Sexta-feira de tempo ensolarado e temperaturas amenas em Mato Grosso do Sul

Os sul-mato-grossenses podem esperar um dia de céu limpo e ensolarado nesta sexta-feira (19), conforme indica a previsão do tempo do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e de Clima), orgão do Governo de Mato Grosso do Sul vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

A atuação de um sistema de alta pressão atmosférica favorecerá o tempo seco e a pouca nebulosidade em grande parte das regiões do Estado. Para o sul e sudeste, as temperaturas mínimas devem oscilar entre 13°C e 17°C, e em pontos isolados da região sul, é possível que as mínimas fiquem ainda mais baixo do que 13°C. Já as máximas podem atingir valores entre 28°C e 30°C.

Já nas regiões sudoeste e pantaneira, as mínimas esperadas ficam entre 19°C e 24°C, com máximas podendo alcançar até 35°C. Na região sudoeste, é importante destacar que as mínimas podem ser um pouco mais amenas, variando entre 15°C e 20°C.

Para as regiões norte e Bolsão, as temperaturas mínimas esperadas estão entre 18°C e 21°C, enquanto as máximas podem chegar até 34°C. Na capital Campo Grande os termômetros devem marcar mínima de 17°C e máxima de 31°C durante este sexta-feira – ou seja, uma amplitude térmica de 14°C no mesmo dia.

Os ventos predominantes serão do quadrante leste, com velocidades entre 40 km/h e 60 km/h, podendo ocorrer rajadas mais intensas em alguns momentos.

Fonte: Comunicação Governo de MS

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1º Ecoponto itinerante ultrapassa 20 toneladas de resíduos destinados corretamente

O 1º Ecoponto Itinerante, desenvolvido pela Prefeitura de Campo Grande, por intermédio da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) e da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), com o apoio da Concessionária CG SOLURB Soluções Ambientais, que ficou disponível aos cidadãos de 8 a 13 de abril na Associação de Moradores do Jardim das Perdizes, recebeu um total de 23.540 quilos de resíduos e atendeu mais de 190 pessoas durante o período, alcançando um resultado positivo não apenas para a comunidade do entorno, mas para o meio ambiente e a saúde pública.

A ação recebeu 11.210 kg de galhos e podas; 9.040 kg de resíduos da construção civil; 2.910 kg de inservíveis; 260 kg de eletroeletrônicos; e, 120 kg de materiais recicláveis, que foram destinados corretamente, contribuindo para a diminuição do descarte irregular de resíduos no município e, consequentemente, na diminuição de focos do mosquito Aedes aegypti.

“A adesão da população ao 1º Ecoponto Itinerante teveum resultado muito positivo, o que demonstra a consciência socioambiental do campo-grandense e a efetividade do projeto desenvolvido. O objetivo é que a ação ocorra de forma contínua, percorrendo os bairros da cidade que não possuem a estrutura física do Ecoponto”, destaca a diretora de Planejamento e Monitoramento da Planurb, Mariana Massud.

“Os números alcançados durante essa semana de atividades são verdadeiramente impressionantes. Foram coletadas e encaminhadas para destinação adequada uma quantidade significativa de entulho, resíduos volumosos, galhos e podas, eletroeletrônicos e materiais recicláveis em geral. Além disso, a participação ativa dos moradores do Jardim das Perdizes demonstra o engajamento e o apoio da comunidade a essa causa tão importante”, pontua o gerente operacional da concessionária, Bruno Velloso Vilela.

A iniciativa do 1º Ecoponto Itinerante é um dos resultados da “4ª Jornada de Inovação Cidades que Transformam”, desenvolvida pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com o Projeto ANDUS e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), e da qual o município de Campo Grande foi selecionado para participar como único representante da região Centro-Oeste. A Jornada objetiva o desenvolvimento de soluções inovadoras que equacionem as dimensões técnica, ambiental, social e econômico-financeira da prestação dos serviços de resíduos sólidos urbanos, bem como promova a economia circular.

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Funsat anuncia 2.065 vagas de emprego em 183 funções nesta sexta-feira (19) 

A Fundação Social do Trabalho (Funsat) oferece 2.065 vagas de emprego nesta sexta-feira (19). As contratações são para 183 profissões, em 266 empresas de Campo Grande. De acordo com a Funsat, são 89 vagas para motorista de caminhão, 20 vagas para atendente de lojas, 13 vagas para auxiliar de logística, 12 vagas para promotor de vendas, 11 vagas para mecânico de automóveis, 5 vagas para operador de controle térmico, entre outras.      

Das “vagas de perfil aberto”, que não exigem experiência prévia do candidato na função, são oferecidas 1447 oportunidades em 91 funções. Os processos seletivos são para auxiliar de magarefe, com 51 vagas, auxiliar nos serviços de alimentação, com 39 vagas, atendente de padaria, com 33 vagas, balconista de açougue, com 25 vagas, auxiliar de marceneiro, com 5 vagas, entre outros.   

Para o público PCD (Pessoa com Deficiência), são oferecidas 24 vagas em 8 profissões. As oportunidades são para auxiliar administrativo, com 7 vagas, auxiliar de limpeza, com 7 vagas, técnico de laboratório médico, com 4 vagas, operador de vendas (lojas), com 2 vagas, empacotador (a mão), com 1 vaga, entre outras.  

A Funsat reforça que apenas trabalhadores com o cadastro em dia no órgão podem receber os encaminhamentos para entrevistas de emprego.

Confira todas as vagas disponíveis clicando aqui: https://www.campogrande.ms.gov.br/funsat/artigos/vagas-ofertadas/