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Agência diz que Irã faz exercícios militares no norte do país, em meio a promessa de retaliação a Israel

A tensão continua no Oriente Médio com as promessas do Irã de retaliação a Israel após a morte do ex-chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, e nesta terça-feira (13), mais um sinal de alerta: o governo iraniano está realizando uma série de exercícios militares no norte do país.

Segundo a agência de notícias Mehr, o exercício ocorreu por uma hora, das 19h30 às 20h30 no horário local, na província de Gilan, no Mar Cáspio, para fazer um teste que pode aumentar a prontidão defensiva das forças navais do Exército.

Este é o segundo exercício militar relatado do Irã em três dias e ocorre após o Irã ter rejeitado os apelos da França, Alemanha e Reino Unido para não realizar um ataque retaliatório contra Israel, o que aumentaria ainda mais as tensões no Oriente Médio. No entanto, há a expectativa da comunidade internacional de que um possível acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas pode atrasar ou até impedir o ataque iraniano.

Também nesta terça, mais cedo, o Hamas informou ter lançado dois foguetes M90 contra Tel Aviv, capital israelense.

Em comunicado, o grupo terrorista afirmou que o ataque era uma resposta aos “massacres sionistas contra civis e ao deslocamento deliberado” da população palestina. Pelo menos 19 pessoas morreram em Gaza em ataques aéreos nesta terça.

Segundo militares de Israel, um dos foguetes disparados caiu no mar e outro não atingiu o território israelense, e não houve relato de vítimas.

Negociações por um cessar-fogo em Gaza atrasam ataque, dizem fontes

Nesta terça, o Ministério das Relações Exteriores iraniano rejeitou os apelos de França, Alemanha e Reino Unido por moderação em relação a Israel, afirmando que falta aos chamados “lógica política” e que eles “contradizem princípios do direito internacional”.

De acordo com a agência de notícia Reuters, três autoridades iranianas de alto escalão afirmam que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza pode atrasar os planos de retaliação do Irã contra Israel pela morte do ex-chefe do Hamas.

Uma das fontes, um alto funcionário de segurança iraniano, disse que o Irã, junto com aliados como o Hezbollah, lançará um ataque direto se as negociações de Gaza falharem ou se for avaliado que Israel está arrastando as negociações.

As fontes, no entanto, não dizem quanto tempo o Irã permitirá que as negociações progridam antes de responder.

Netanyahu diz que Hamas atrasa negociações

Em comunicado através da rede social X, nesta terça, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu afirmações que teria acrescentado novas exigências para o cessar-fogo e disse que foi o Hamas que exigiu 29 mudanças.

“A alegação de que o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu acrescentou novas exigências ao esboço de 27 de maio é falsa. O rascunho de 27 de julho não inclui novas condições e não contradiz o esboço de 27 de maio. Foi o Hamas quem exigiu 29 mudanças, algo a que o primeiro-ministro se opôs”, diz o post.

Segundo o texto, há discordâncias em relação à libertação dos reféns e à forma como prisioneiros palestinos serão libertados, e é necessária a criação de um mecanismo de verificação para conseguir garantir o retorno de civis ao norte da Faixa de Gaza, proposta apresentada pelos Estados Unidos, aliados do país.

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Guerra na Ucrânia está prestes a completar 2 anos

A Ucrânia deveria tentar “congelar” a guerra contra Rússia e manter a resistência contra Putin, mesmo com parte de seu território ocupado. É o que sugere Serge Schnemann, membro do conselho editorial do The New York Times. Para ele, a maior resistência seria os ucranianos se estabelecerem como Estado forte e mais integrado à Europa.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia está prestes a completar dois anos no fim de fevereiro de 2024. Por mais que o país resista com a ajuda do Ocidente, cada vez menor, a Rússia já ocupa quase um quinto do território ucraniano.

O analista sugere que a Ucrânia deveria buscar um armistício (acordo para o fim do conflito armado) com a Rússia. A recuperação do território pela Ucrânia, a essa altura, seria a “maneira errada de imaginar o melhor resultado”.

Para ele, uma guerra longa traz mais danos para a Ucrânia do que para a Rússia. Mesmo assim, um conflito longo também não é bom negócio para Putin, dado que país sofreu diversas sanções, teve morte de milhares de militares e o grupo Wagner, que ameaçou se rebelar contra Putin.

“A verdadeira vitória para a Ucrânia é sair do inferno da guerra como um Estado forte, independente, próspero e seguro, fincado no Ocidente” (Serge Schnemann, membro do conselho editorial do The New York Times e especialista na cobertura internacional)

Este é o maior temor de Putin, argumenta, pois a origem do conflito foi justamente a proximidade da Ucrânia com a Otan e a União Europeia. A candidatura do país foi aceita para fazer parte do bloco europeu. Sem contar que o conflito acelerou a adesão de outros membros vizinhos da Rússia, como Finlândia e Suécia, à Otan.

Interromper o conflito significaria acabar com ataques e ter uma missão de monitoramento feita por terceiros. Serge reconhece que seria difícil, por exemplo, garantir um acordo de segurança que desse à Ucrânia garantias de se manter.

Outra dificuldade seria negociar compensações para o povo ucraniano, dado que a Rússia foi acusada de cometer crimes de guerra.

Mesmo assim, ele defende que deveria haver algum tipo de tentativa de acordo, pois “deter a Rússia e voltar-se para a ‘modernização da Ucrânia’ seria um tributo aos ucranianos mortos na tentativa de preservarem a existência do país”.

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Sobe para 48 o número de mortos em terremoto no Japão

Subiu para 48 o número de mortes provocadas por uma série de terremotos que atingiu o Japão ontem segunda-feira (1º). As informações foram divulgadas pela TV pública NHK, citando autoridades japonesas.

Os tremores foram sentidos na Península de Noto, sendo que o terremoto mais forte teve magnitude de 7,6, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão. A região concentra a maior parte dos estragos e mortes provocadas pelo fenômeno.

Nesta terça-feira (2), equipes de resgate continuam em busca de feridos. De acordo com o governo japonês, cerca de 1 mil militares estão trabalhando no socorro às vítimas.

“A busca e resgate das pessoas afetadas pelo terremoto é uma batalha contra o tempo”, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida, hoje, durante uma reunião de emergência.

O governo japonês afirmou que os socorristas estão com dificuldades de acessar o extremo norte da Península de Noto. Algumas regiões estão isoladas, já que estradas foram destruídas.

Na cidade de Wajima, que fica no norte da península, o Corpo de Bombeiros disse que ao menos 30 prédios desabaram. Há relatos de pessoas presas sob escombros.

Ainda na região, em Suzu, o prefeito da cidade afirmou que até 1 mil casas foram destruídas. “A situação é catastrófica”, disse Masuhiro Izumiya.

Logo após o terremoto, mais de 900 chamadas de emergência foram registradas. O governo afirmou que ainda há 120 casos de pessoas que continuam aguardando para serem resgatadas.

Tsunami

A série de terremotos fez com que o Japão emitisse um alerta de “grande tsunami”, com ondas de até 5 metros., para toda a costa oeste do país. Ao todo, cerca de 140 tremores foram registrados na região nas últimas 24 horas. Todos os alertas foram suspensos nesta terça-feira.

Ainda assim, ondas de cerca de 1 metro foram registradas em regiões próximas ao epicentro do tremor mais forte.

De acordo com a agência Reuters, imóveis e veículos acabaram sendo atingidos pela força do mar.

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Avião com 379 a bordo bate em outra aeronave e pega fogo no aeroporto de Tóquio; cinco morrem

Um avião da Japan Airlines com 367 passageiros e 12 tripulantes pegou fogo após bater em uma aeronave da Guarda Costeira do Japão na pista do aeroporto internacional de Haneda, em Tóquio, nesta terça-feira (2).

O choque gerou explosões instantâneas em ambas as aeronaves, que puderam ser vistas pelas câmeras do aeroporto. Imagens da TV pública japonesa NHK mostram o momento da colisão, que ocorreu quando a aeronave da Japan Airlines trafegava na pista de pouso, onde o avião da Guarda Costeira estava parado.

Segundo a rede estatal japonesa NHK e a agência estatal Kyodo, cinco dos seis tripulantes do avião da Guarda Costeira morreram no choque. A Guarda Costeira japonesa disse que o piloto da aeronave conseguiu escapar e está internado em estado grave.

Apesar da forte explosão, a Japan Airlines afirmou que todas as 379 pessoas a bordo da aeronave foram retiradas a tempo – o avião foi depois consumido pelas chamas. A polícia local disse à imprensa japonesa que 17 passageiros feridos, mas ainda não havia informação sobre o estado de saúde delas até a última atualização desta reportagem.

A colisão ocorre apenas um dia depois de um terremoto de 7,6 atingir a costa oeste do Japão, matando 48 pessoas e gerando alertas de “grandes tsunamis”. O episódio reacendeu no país o trauma pela tragédia do acidente nuclear de Fukushima em 2011, causado após um terremoto e tsunami atingirem o país.

Segundo a Guarda Costeira, sua aeronave que colidiu com a da Japan Airlines estava na pista para decolar em direção à base militar de Niigata, na costa oeste do país, para levar ajuda às cidades atingidas pelo terremoto.

O tremor gerou cerca de 50 réplicas ao longo da região de Ishikawa, no oeste do Japão, e alertas por tsunamis com ondas de até 5 metros. Os alertas duraram quase 24 horas e foram retirados na manhã desta terça, mas equipes ainda fazem buscas nas cidades atingidas.

Já a aeronave da Japan Airlines era um voo comercial que chegava de Hokkaido, no norte, segundo a companhia.

Autoridades ainda não haviam informado, até a última atualização desta notícia, por que os dois aviões estivessem na mesma pista ao mesmo tempo. O gabinete do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o premiê estava reunindo informações sobre o que falhou para provocar o choque entre as aeronaves.

O aeroporto de Haneda, um dos dois aeroportos internacionais de Tóquio e um dos mais movimentados do Japão, informou que todos os pousos e decolagem foram cancelados após a colisão.

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Venezuela x Guiana: o que acontece após referendo ser aprovado

Os venezuelanos aprovaram no domingo (3) em referendo a proposta de seu governo para criar um novo estado em Essequibo, a região atualmente controlada pela Guiana que os dois países disputam. Segundo o governo da Venezuela, mais de 95% dos eleitores votaram a favor da questão, uma das cinco elaboradas na consulta pública.

O resultado acirrou as tensões na região e os temores pelo risco de um conflito armado local – o Brasil já reforçou a presença de militares no norte de Roraima, região que faz fronteira tanto com a Venezuela quanto com a Guiana.

O referendo tinha apenas caráter consultivo e, por isso, não é automaticamente vinculante – ou seja, o resultado não significa que o Estado da Venezuela está autorizado a anexar a região, que representa mais de 70% do território da Guiana atualmente e tem uma área maior que a da Inglaterra. Mas foi visto por Caracas como um passo a mais para tomar o controle do território.

Nesta segunda-feira (4), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, falou de “vitória esmagadora” de “um povo que ergueu bem alto sua bandeira tricolor com as oito estrelas (a bandeira da Venezuela) que brilharam como nunca”.

No domingo (3), Maduro disse que o resultado fará o governo “recuperar o que os libertadores nos deixaram” – em referência à reivindicação histórica na Venezuela de que o território era originalmente do país e foi ilegalmente anexado pelo Reino Unido, de quem a Guiana é ex-colônia.

Líderes e membros da oposição, no entanto, apontaram que vários fatores indicaram que o resultado não reflete a opinião da população, entre eles:

  • O baixo comparecimento – 10 milhões dos 20 milhões de eleitores da Venezuela votaram, segundo o governo. Mas o partido de oposição Voluntad Popular, do opositor Leopoldo López, afirma que o número total de votantes foi ainda menor.
  • Também houve relatos por parte da oposição de que estudantes do Ensino Médio, menores de idade, foram retidos em escolas e obrigados a votar. O governo ainda não havia se manifestado sobre essa acusação até a última atualização desta reportagem.
  • O governo proibiu uma campanha oficial contra o referendo, ao contrário da publicidade que o regime de Maduro deu para o lado favorável à consulta pública.
  • No domingo (3), as autoridades eleitorais chegaram a estender a votação por duas horas.

Testemunhas da agência de notícias Reuters visitaram centros de votação em todo o país com pouca e nenhuma fila. Em Maracaibo, no estado de Zulia, rico em petróleo, os mesários disseram à Reuters que o comparecimento às urnas foi baixo.

“O governo está realizando o referendo por razões internas. Eles precisam testar sua máquina eleitora”, afirmou o diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas, Benigno Alarcón.

A oposição venezuelana também acusa o regime de Maduro de estar usando a pauta de Essequibo e o referendo como cortina de fumaça para as eleições que o país realizará em 2024.

A candidata María Corina Machado, que venceu prévias da oposição mas foi impedida de concorrer pela Justiça venezuelana, já disse que Caracas tentará prolongar ao máximo os debates sobre os desdobramentos da consulta pública enquanto tentará impedir que mais candidatos concorram com Nicolás Maduro.

Nesta segunda-feira (4), Corina afirmou que pretende acionar a Corte Internacional de Justiça.

“Todos nós sabemos o que aconteceu ontem: o povo suspendeu um evento inútil e danoso (…). Agora devemos apresentar uma defesa impecável de nossos direitos na Corte Internacional de Justiça”, disse.

O Voluntad Popular, de Leopoldo López, chamou a consulta pública de “manobra propagandística da ditadura” e comparou o índice de comparecimento com o das primárias que a oposição realizou – oficialmente, 2,3 milhões foram às urnas em primárias organizadas pela oposição venezuelana em outubro para definir o candidato que enfrentaria Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 2024 no país.

Mas a oposição afirma que os números de votantes no referendo de domingo é muito menor e foi maquiado pelo presidente do Conselho Eleitoral.

“Tentaram encobrir o sucesso esmagador da participação nas primárias, mas a realidade explodiu em seus rostos: os venezuelanos votaram em massa nas primárias porque querem mudanças, mas se abstiveram no referendo”, declarou o partido pelas redes sociais.

Corte Internacional de Justiça

Pessoas fazem fila para votar em referendo realizado pela Venezuela sobre o território de Essequiba, disputado com a Guiana, em Caracas, em 3 de dezembro de 2023. — Foto: Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters
Pessoas fazem fila para votar em referendo realizado pela Venezuela sobre o território de Essequiba, disputado com a Guiana, em Caracas, em 3 de dezembro de 2023. — Foto: Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters

Tanto o resultado quanto a realização do referendo em si desafiam a determinação da Corte Internacional de Justiça, a instância mais alta da Organização das Nações Unidas (ONU) para julgar casos de soberania entre países. Na sexta-feira (1º), os juízes do tribunal decidiram, de forma unânime, que a Venezuela não pode fazer nenhum movimento para tentar anexar Essequibo.

Ao explicar a decisão unânime da Corte de Haia, a presidente do tribunal, Joan Donoghue, afirmou que as declarações do governo venezuelano das últimas semanas sugeriam que Caracas “está tomando medidas para assumir o controle e administrar o território disputado”.

“Além disso, oficiais militares venezuelanos anunciaram que a Venezuela está tomando medidas concretas para construir uma pista de pouso que servirá como apoio logístico para o desenvolvimento integral de Essequibo”, disse Donoghue durante sessão para a leitura da sentença.

No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o referendo e pediu “bom senso”.

“Se tem uma coisa que o mundo e a a América do Sul não está precisando agora é mais confusão, mais briga. Espero que o bom senso prevaleça e a gente possa trabalhar para melhorar a vida das pessoas”, declarou.

Fonte: G1

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Chefe do Hamas diz que está ‘perto de alcançar’ acordo de trégua com Israel

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse, nesta terça-feira (21), que está perto de chegar a um acordo de trégua na guerra com Israel.

“Estamos perto de alcançar um acordo para uma trégua”, declarou Haniyeh em uma postagem no Telegram.

Até o momento, porém, Israel não emitiu comentários sobre as declarações de Haniyeh, que está à frente do Hamas desde 2017. Ele vive em Doha, no Catar, há três anos. O Hamas possui uma espécie de órgão deliberativo, com 15 membros, que é responsável por escolher quem é o líder máximo.

À Al Jazeera, um oficial do Hamas acrescentou que as negociações são sobre uma trégua temporária para organizar a entrada de ajuda na Faixa de Gaza e um acordo de troca de reféns e prisioneiros.

Negociadores têm trabalhado para fechar um acordo que permita a libertação dos cerca de 240 reféns, a maioria israelenses, sequestrados em 7 de outubro, durante o ataque mais mortal da história de Israel.

Combatentes do Hamas também mataram cerca de 1.200 pessoas durante a incursão ao território israelense, a maioria civis.

Em retaliação ao ataque, Israel lançou um bombardeio incessante contra a Faixa de Gaza e uma ofensiva terrestre, prometendo derrotar o Hamas e assegurar a libertação dos reféns.

Segundo o governo do Hamas, no poder em Gaza, a guerra matou mais de 13.300 palestinos, milhares deles crianças.

O Catar, onde o Hamas tem um escritório político e Haniyeh está baseado, media intensas negociações.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, disse no domingo que um acordo para libertar alguns dos reféns em troca de um cessar-fogo temporário depende de questões práticas “menores”.

Na segunda-feira, o presidente americano, Joe Biden, disse, em Washington, acreditar que um acordo para libertar os reféns estava próximo.

“Eu acredito que sim”, disse Biden, ao ser perguntado a respeito. Em seguida, o presidente cruzou os dedos em sinal de esperança em um desfecho positivo.

Duas fontes próximas das negociações disseram à agência AFP que um acordo provisório inclui uma trégua de cinco dias, que implicaria em um cessar-fogo no terreno e limites às operações aéreas de Israel no sul de Gaza.

Em contrapartida, entre 50 e 100 reféns mantidos pelo Hamas e pela Jihad Islâmica – outro grupo de militantes palestinos – seriam libertados.

Entre estes estariam civis israelenses e de outras nacionalidades, mas não pessoal militar.

Segundo a proposta de acordo, cerca de 300 palestinos seriam libertados de prisões israelenses, entre eles mulheres e crianças.

A Casa Branca informou que as negociações se encontravam em um estágio de “finalização”, mas se recusou a dar mais detalhes para não comprometer um resultado bem-sucedido.

Separadamente, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou na segunda-feira que sua presidente, Mirjana Spoljaric, havia viajado para o Catar para se reunir com Haniyeh “para avançar em questões humanitárias relacionadas com o conflito armado em Israel e Gaza”.

Em um comunicado, a organização sediada em Genebra informou que continuava “a apelar pela proteção urgente de todas as vítimas do conflito e pelo alívio da situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza”.

Também disse que “pediu persistentemente a libertação imediata dos reféns”.

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Javier Milei: como o novo presidente deve lidar com a crise econômica da Argentina

Eleito presidente neste domingo (19), Javier Milei terá que lidar com uma grave crise econômica na Argentina. O país sofre com um combo de problemas que inclui uma inflação altíssima (mais de 140% em 12 meses), desvalorização da moeda nacional, falta de reservas em dólar, endividamento e aumento da pobreza.

Para resolvê-los, o economista ultraliberal propôs durante a campanha medidas radicais como dolarizar a economia, abrindo mão do peso, e extinguir o Banco Central. No discurso da vitória, não mencionou essas medidas, mas disse que a crise exige medidas drásticas, “sem gradualismos”.

Segundo especialistas, Milei pode ter dificuldade para pôr suas ideias em prática, já que inicialmente não conta com uma base ampla no Congresso argentino.

Os planos de fechar o BC e dolarizar preocupam o mercado, como ficou demonstrado pela forte aversão de investidores ao risco quando Milei foi o mais votado nas primárias, ainda em agosto. Como é feriado nesta segunda (20) na Argentina, os impactos da eleição de Milei só devem ser vistos na terça (21).

Veja abaixo algumas das promessas de Milei para a economia e o que especialistas esperam do novo chefe de Estado da Argentina.

Dolarização da economia

Um dos motes da campanha de Javier Milei era a promessa de dolarização da economia argentina. Dolarizar significa abandonar o peso argentino e ter o dólar norte-americano como moeda oficial do país.

“É uma ideia tão difícil de encontrar suporte em questões práticas que quem votou em Milei por essa questão, vai se decepcionar”, diz o economista da LCA Consultores Francisco Pessoa Faria.

Não é um processo tão simples quanto parece. O país precisaria de ajuda da Casa da Moeda dos Estados Unidos para a importação de dólares. Além disso, ficaria dependente das decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). (saiba mais abaixo)

Por fim, a falta de reservas internacionais – que minguaram em meio às dívidas externas bilionárias do país e às tentativas de controle do câmbio nacional por parte do Banco Central argentino – limitará o acesso da população ao dólar.

Essa conjunção de fatores faz as famílias argentinas guardarem a moeda norte-americana – que é mais forte, seguro e previsível do que o peso.

E com o receio da população de trocá-la por pesos argentinos ou colocá-las nas instituições financeiras, a moeda dos Estados Unidos fica ainda mais escassa no país. É isso que faz com que a Argentina tenha mais de 10 cotações de dólar além do câmbio oficial.

Há também uma grande possibilidade de que o governo encontre resistência do setor privado em aceitar completamente a ideia de dolarização, já que isso também poderia mexer com a competitividade empresarial e gerar a perda de atração do setor turístico local.

Para o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais de São Paulo (Ibmec-SP) Alexandre Pires, uma dolarização da economia pode ser difícil de ser equacionada, mas outras possibilidades ainda não estão descartadas.

É mais do que realmente uma dolarização. É talvez fazer com que o governo pare de controlar os dólares que estão nas mãos dos argentinos, ou até ir para uma solução mais imediata, que seria permitir que os argentinos tenham conta em dólar, por exemplo.

Extinção do Banco Central

Outra promessa citada por Milei ao longo de sua campanha era a de extinguir o Banco Central da República Argentina (BCRA) – mais uma consequência da dolarização.

Isso porque, dependente do dólar e do Fed, a Argentina abandonaria sua soberania monetária e pararia de fazer arbitragem de juros básicos na economia. O BCRA perderia o seu principal papel.

“Isso faria o país começar a operar em outra chave. Abandonaria a questão dos juros e do câmbio, e seria uma economia que operaria simplesmente no seu nível de gasto fiscal. Ou seja, o juro da Argentina seria praticamente o juro dos Estados Unidos e [o governo] tentaria fazer com que a inflação do país caminhasse rumo à norte-americana”, explica Pires, do Ibmec-SP.

Na prática, no entanto, isso pode acabar sendo um problema para a economia. As decisões de alta ou corte das taxas de juros seriam feitas com base nos Estados Unidos e não considerariam eventuais necessidades do cenário econômico argentino.

Esse radicalismo econômico, com promessas muito controversas […] pode, inclusive, deteriorar ainda mais o contexto de crise que o país vive. Essa decisão de tirar o poder de controle dos fluxos cambiais e da própria circulação de dinheiro da uma instituição centenária é complexa. — Roberto Uebel, professor de relações internacionais da ESPM

“Vale lembrar que nenhuma economia até hoje fechou seu banco central, nem mesmo as mais liberais. Seria uma experiência inédita”, acrescenta.

Saída do Mercosul e corte de relações com Brasil e China

Durante a sua campanha, Milei também fez comentários sobre uma possível saída da Argentina do Mercosul e sobre eventuais cortes nas relações internacionais do país com o Brasil e com a China.

Para especialistas, além da dificuldade que o novo presidente pode encontrar em passar essas propostas pelo Congresso, ainda será necessário cuidado em relação aos efeitos dessas medidas na economia do país.

“É uma decisão que pode trazer consequências muito piores para a Argentina. Isso poderia limitar ainda mais o crescimento, por exemplo, o que agravaria os problemas de inflação e traria um aumento do desemprego”, afirma Uebel, da ESPM.

E esse cenário seria ainda pior em um eventual corte das relações da Argentina com o Brasil e com a China – dois dos maiores parceiros comerciais do país. De acordo com o sócio da PwC Bruno Porto, os efeitos mais visíveis inicialmente seriam nas cadeias de valor do setor industrial.

“Nós somos o primeiro parceiro comercial deles […] e não tem como negar a importância dos chineses na compra de insumos de todo tipo de produto. Isso sem contar que também há uma relevância importante do ponto de vista de investimentos”, avalia.

Os especialistas destacam, no entanto, que qualquer tipo de conclusão ainda é prematura e que é preciso ver como o novo presidente vai agir, de fato.

“A Argentina tem uma oportunidade muito grande de aumentar as cadeias de valor com outros países na medida em que alcance um nível de estabilidade e previsibilidade. Mas para isso, é preciso esquecer essa coisa de vertente e lado político e focar no problema. É preciso orquestrar e planejar porque nenhuma mudança acontece da noite para o dia”, diz Porto.

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Netanyahu diz que país está se preparando para uma invasão por terra

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, fez um pronunciamento ontem (25) em que afirmou que o exército israelense se prepara para uma invasão à Faixa de Gaza por terra.

“Estamos atuando para obter as melhores condições para começar a guerra. Quando entrarmos em Gaza, quando começar a guerra, não haverá nada que nos detenha para chegarmos ao objetivo. Nós temos apenas uma coisa para o Hamas, que é o fogo”, diz.

Netanyahu incentivou, ainda, os cidadãos israelenses a andarem armados e pediu aos civis palestinos para saírem do território.

“Nós pedimos que a população que não está envolvida em Gaza que saia, deixe o campo para nós.”

O primeiro-ministro afirmou que a decisão sobre quando as forças entrariam no enclave palestino bloqueado seria tomada pelo gabinete especial de guerra do governo. Netanyahu não deu mais informações e detalhes sobre a operação.

As Forças Armadas israelenses já tinham afirmado que preparavam um ataque por terra à Faixa de Gaza, mas sem informar uma data. Segundo o comunicado divulgado no dia 14 de outubro, o ataque faria parte de uma “extensa operação” que inclui incursões também por ar e pelo mar.

Até agora, as forças israelenses vêm atacando Gaza por meio de bombardeios – uma opção que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, costuma preferir, para evitar o custo humano e político.

Faixa de Gaza

O governo de Israel já ocupou a Faixa de Gaza em 1967, mas deixou a região deliberadamente em 2005. Desta vez, Netanyahu não deixou claro se tornará Gaza novamente um território ocupado.

Na semana passada, o ministro da Defesa do país detalhou pela primeira vez o plano de Israel para a Faixa de Gaza. Disse que a ocupação não será definitiva e que ocorrerá em três etapas.

  • A primeira delas, já parcialmente em curso, é de ataques aéreos e a ofensiva por terra.
  • Em um segundo momento, militares focarão em combater “bolsões de resistência” dentro da Faixa de Gaza.
  • Na terceira fase, segundo o ministro, as tropas se retirarão e Israel criará “um novo regime de segurança” que trará “uma nova realidade para a segurança dos cidadãos de Israel”.

Após a conclusão da etapa final, Israel “cessaria sua responsabilidade pela Faixa de Gaza para sempre”, disse o ministro. Ele não especificou como funcionará o novo regime de segurança planejado por seu país. Mas disse que o principal objetivo é “destruir o Hamas”.

Oficialmente, Tel Aviv diz estar atrás de integrantes do Hamas – o grupo, além de ter cometido uma série de atentados terroristas a Israel no sábado (7), dando início à guerra recente com Israel, também governa a Faixa de Gaza.

O Hamas tem um braço político que ganhou as últimas eleições na região. A Faixa de Gaza faz parte do território, junto com a Cisjordânia, reivindicado pelos palestinos para a criação de um Estado próprio.

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Embaixada do Brasil na Palestina recomenda a brasileiros em Gaza estocarem comida

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, informou nesta quarta-feira (25) à TV Globo e à GloboNews que passou a recomendar que os brasileiros na região estoquem água e comida.

A avaliação do Ministério das Relações Exteriores é de que a situação dos brasileiros e de outros civis na Faixa de Gaza irá se agravar nos próximos dias.

Ao todo, cerca de 30 brasileiros estão em Gaza aguardando a abertura da fronteira com o Egito para poderem entrar no país – e, de lá, retornar ao Brasil em um voo oficial do governo.

Esse grupo de brasileiros se divide em dois refúgios: um em Rafah, cidade próxima à fronteira, e outro em Khan Younis, também na porção sul da Faixa de Gaza.

Até esta terça, o governo trabalhava com a expectativa de repatriar 26 brasileiros que estão na região palestina do conflito. Nas últimas horas, o número subiu para 32.

Recentemente, a representação brasileira na região enviou a esse grupo comida e água – eles estão em abrigos providenciados pela embaixada.

À espera da repatriação

Enquanto a fronteira com o Egito não é aberta, uma aeronave da Presidência da República modelo VC-2, com capacidade para 38 pessoas, aguarda no Cairo para repatriar os brasileiros.

Ao todo, segundo o governo, 1,4 mil brasileiros já foram repatriados – todos, de Israel.

Autoridades brasileiras têm mantido contato com integrantes do governo egípcio a fim de tentar convencê-los a abrir a fronteira.

Paralelamente, como o Brasil comanda temporariamente o Conselho de Segurança da ONU, diplomatas têm tentado discutir uma resolução que garanta a abertura dos corredores humanitários no Egito.

O país sediou no último fim de semana uma cúpula a fim de discutir o tema, mas, segundo diplomatas brasileiros, ainda não há expectativa de abertura da fronteira.

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Morre Celeste Fishbein, filha e neta de brasileiros, desaparecida após ataques do Hamas em Israel

O tio de Celeste Fishbein, filha e neta de brasileiros que havia sido sequestrada pelo Hamas, disse nesta terça-feira (17) que a jovem, que tinha 18 anos, morreu.

“(O exército israelense) avisou a gente que a (minha) sobrinha foi assassinada. Encontraram o corpo dela”, disse Mario Fishbein. Ela é filha e neta de brasileiros.

Os familiares estavam à procura dela desde 7 de outubro, quando Celeste parou de dar notícias, após o atentado do grupo extremista Hamas ao território israelense.

Segundo Mario, representantes do exército israelense foram até a casa da família dar a notícia, mas não informaram outros detalhes, como quando e onde o corpo foi encontrado, nem as circunstâncias em que ela morreu — a família espera que o corpo de Celeste seja liberado nesta terça ou na quarta-feira (18).

Inicialmente, nos dias anteriores, o exército israelense havia informado à família que a jovem foi feita refém em Gaza.

Celeste foi mais uma vítima de rebeldes do grupo terrorista que invadiram várias casas e levaram cerca de 120 pessoas. Celeste não conseguiu escapar do grupo armado.

Os familiares da jovem tiveram mais sorte. Quando as sirenes soaram, eles, que estavam na casa da avó promovendo uma cerimônia religiosa, foram para um abrigo. E a partir desse momento trocaram mensagens com ela em um grupo da família. Do abrigo, conseguiram ver várias residências sendo invadidas e destruídas.