Segundo maior exportador de tilápias, MS foca na piscicultura para ampliar rol de proteínas animais

Mato Grosso do Sul foi o segundo maior exportador de tilápias do Brasil no ano passado, com receita de US$ 4,2 milhões. Mesmo assim o Estado foi o 5º do País em produção do pescado no ano passado, com 32,2 mil toneladas. Os dados são do Anuário da Piscicultura 2023 da Associação Brasileira de Pisicultura (Peixe BR). Atualmente MS é o oitavo maior produtor de peixes do Brasil com 34.450 toneladas.

A tilápia continua a ser o peixe mais cultivado na piscicultura brasileira e também no Estado. No Brasil no ano passado, foram produzidas 550.060 toneladas, volume que representa 63,93% da produção nacional e aumento de 3% sobre as 534.005 toneladas de 2021. A julgar pelas demandas interna e global, a tendência é a expansão continuar e até se intensificar, nos próximos anos.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o Mato Grosso do Sul visando ampliar a produção na piscicultura estadual lançou o programa Pró Peixe que garante incentivos a quem deseja investir na atividade. “No programa Pró Peixe temos algumas metas claramente definidas em relação a ampliação da produção. Estamos trabalhando para que o peixe seja nossa quarta proteína. Quando nós estabelecemos a meta de Estado como multiproteína nós entendemos que tem carne bovina, suína, frango e a quarta proteína seria o peixe”, salientou o titular da Semadesc.

Por isso, o objetivo da secretaria, segundo Verruck é posicionar a carne de peixe de Mato Grosso do Sul em patamares competitivos como é o caso das outras cadeias produtivas. “Dentro dessa linha, Mato Grosso do Sul tem incentivado a integração na cadeia produtiva do peixe assim como ocorre no frango. Já temos uma indústria fazendo integração, entregando o alevino e o produtor faz a engorda. Ele recebe a ração e depois entrega para a indústria”, enfatizou.

Cenário

Atualmente o Estado tem cinco plantas de piscicultura sendo habilitadas, entre pequeno, médio e grande porte. “Isso mostra que a indústria já tem avançado, mas nós precisamos também evoluir na base de produção, principalmente o peixe que é a questão da tilápia”, citou lembrando que o Estado ainda tem projetos a serem alavancados como da Tilabras que já está em funcionamento e tem uma capacidade de ampliação em Selvíria.

“Além disso nós vamos ter também uma significativa de ampliação no município de Brasilândia. Na qual já foi autorizado outorga dos tanques-redes para aumentar a produção”, destacou.

Outro setor que tem perspectiva de expansão em Mato Grosso do Sul é a piscicultura em tanques escavados. “A lógica é incentivar a atividade por meio de integração na agricultura familiar”, acrescentou Verruck.

Já o cultivo de peixes nativos também tem espaço nos planos da Semadesc. “Estamos discutindo tanto com a área de pesquisa quanto de produção para Mato Grosso do Sul desenvolver esta área de peixes nativos em toda a bacia do Paraguai, onde não se permite o peixe exótico. Então, neste ano, vamos focar em ações para ampliar este cultivo das espécies nativas”, frisou o secretário.

Para isso, ele tem feito tratativas com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, para ver de que maneiras esta produção pode ser iniciada. “Estamos buscando por meio da ciência formas para desenvolver essa cadeia produtiva de peixes nativos, inclusive para a região norte que é exatamente a peripantaneira”, pontuou.

Ranking
De acordo com o levantamento, o Estado brasileiro que mais produz tilápia é o Paraná, com mais de 34% do volume total. Em 2022, os paranaenses cultivaram 187.800 toneladas da espécie, 3,2% a mais do que no ano anterior. Com isso, a Região Sul aparece bem na frente nesse ranking, com 239.300 toneladas (43,5%). A segunda posição no cultivo nacional de tilápia é de São Paulo. Os paulistas produziram 77.300 toneladas em 2022, com aumento de 1,5% sobre o volume de 2021. O Sudeste, que tem ainda o terceiro (Minas Gerais) e o nono (Espírito Santo) estados dessa lista, responde por 27,1% da produção total da espécie, com 149.100 toneladas.

O Centro-Oeste, que tem Mato Grosso do Sul como terceiro maior produtor por Estado, apresentou queda de 3,2% no geral: passou de 61.650 toneladas em 2021 para 59.650 toneladas em 2022. Esse quadro deve ser revertido em 2023 com a expansão da produção das novas empresas do setor que estão investindo na região.

A produção brasileira de peixes de cultivo chegou a 860.355 toneladas em 2022, um aumento de 2,3% sobre as 841.005 toneladas produzidas em 2021. Em Mato Grosso do Sul este volume ficou em 2.100 toneladas.

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