O megatraficante Caio Bernasconi Braga, conhecido como “Fantasma da Fronteira”, foi preso pela Polícia Federal (PF), ontem, terça-feira (2), em Ponta Porã (MS), na linha de fronteiriça entre Brasil e Paraguai. O traficante era responsável por atravessar carregamentos de cocaína do Paraguai e enviar a droga em contêineres de fruta destinados à Europa, segundo a PF.
Conforme as informações apuradas, o criminoso era foragido da Justiça desde 2015. O traficante está preso na sede da PF, em Ponta Porã.
A prisão do megatraficante causou alvoroço na fronteira. Além de forte mobilização da Polícia Federal, o Exército Brasileiro foi acionado. Nas ruas de Ponta Porã, tanques desobstruíram o trânsito.
O traficante tinha mandado em aberto pela Justiça de São Paulo há pelo menos oito anos, segundo a PF. Ainda de acordo com a polícia, o preso era procurado após pedido de prisão preventiva, emitido em uma ação judicial que ocorreu em Bauru (SP).
O “Fantasma da Fronteira” foi denunciado e teve outra prisão decretada em 2020 durante a “Operação Além-Mar”. À época, um dos grandes chefes do esquema de tráfico internacional de drogas, Romilton Queiroz Hosi, foi preso após 10 anos foragido. Caio seguia foragido.
Procurado desde 2015, Caio se identificava como agente comercial e usava o nome falso Wilhiam Alexandre Cespedes Prieto. Ele estaria ligado à quadrilha chefiada por Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, preso em 2019, em Camburiú.
Tráfico internacional de drogas
Segundo as apurações da PF, a organização que Caio fazia parte exportava toneladas de cocaína para a Europa pelos portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal no Rio Grande do Norte.
Caio era o braço da organização criminosa na fronteira entre Brasil e Paraguai. O “Fantasma da Fronteira” foi apontado como responsável por escoar grande quantidade de droga do país vizinho para o Brasil e para a Europa, por meio de contêineres de fruta.
Parte do esquema foi desmantelado pela “Operação Além-Mar”, megaoperação da Polícia Federal, deflagrada no estado de Pernambuco, em 2020.
Esquema de tráfico
À época que a operação foi deflagrada, a PF apontou o modus operandi da organização:
- Segundo as investigações, quatro organizações criminosas atuavam conjuntamente para exportar cocaína para a Europa por meio de portos brasileiros;
- Três das quatro organizações atuavam em São Paulo, sendo duas na capital paulista e uma em Campinas, no interior do estado;
- Um dos núcleos na cidade de SP operava no Brás e servia como banco, era responsável pelas movimentações financeiras;
- A droga vinha do Paraguai e era distribuída por vias áreas em território nacional e internacional por uma das organizações de SP e outra de Campinas;
- A quarta organização operava no Recife, e era composta por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados. O núcleo era responsável pela logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos contêineres.