A cidade ucraniana de Bakhmut pode cair sob controle das tropas russas “nos próximos dias”, admitiu nesta quarta-feira (8) o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.
“Não podemos descartar que Bakhmut possa eventualmente cair nos próximos dias”, afirmou Stoltenberg em Estocolmo, à margem de uma reunião de ministros da Defesa da União Europeia.
A eventual queda, acrescentou Stoltenberg, “não reflete necessariamente um ponto de virada na guerra, mas ressalta que não podemos subestimar a Rússia e devemos continuar nosso apoio à Ucrânia”.
A cidade de Bakhmut, uma das principais cidades da região de Donetsk, no leste do país, é palco de combates acirrados há várias semanas, e as tropas russas conseguiram cercá-la quase completamente.
A Ucrânia prometeu continuar defendendo a cidade, embora um de seus soldados ucranianos na área tenha dito à agência de notícias AFP que a queda é inevitável e que algumas unidades já começaram a se retirar de Bakhmut.
Segundo o governo ucraniano, atualmente restam menos de 4.000 civis em Bakhmut, em comparação com os mais de 70.000 habitantes que a cidade tinha antes do início do conflito.
Em uma entrevista recente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a queda de Bakhmut deixaria o “caminho aberto” para a Rússia.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse às autoridades no fim de semana que a captura de Bakhmut permitirá “operações ofensivas profundas nas linhas de defesa das forças armadas da Ucrânia”.
Um ano de guerra
A guerra da Ucrânia compeltou um ano no fim de fevereiro, com a perspectiva de seguir se arrastando ao longo de 2023 e ameaças de Moscou de uma retomada de territórios. O governo russo também tem dado indícios de uma possível parceria com a China.
Kiev, por outro lado, tem se apoiado no envio de armas e equipamentos militares por países do Ocidente, com os tanques alemães Leopard 2, para conseguir expulsar as tropas russas, que controlam atualmente cerca de 20% do território ucraniano, no leste do país.
A ministra presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, negou o pedido de reter o passaporte do ex-jogador de futebol Robinho. Ele foi condenado pela justiça da Itália a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo. Recentemente, ela mandou convocá-lo para participar do processo que discute o cumprimento da pena no Brasil.
O documento obtido nesta quarta-feira (8), consta a solicitação de retenção de passaporte feita pela União Brasileira de Mulheres, uma associação civil sem fins lucrativos, presente em 25 estados e com 2690 filiadas.
A entidade pediu par atuar no processo como amicus curiae [amigo da corte]. De acordo com o STJ, essa é uma expressão latina utilizada para designar um terceiro que ingressa em um processo com a função de fornecer informações ao órgão julgador.
Segundo pontuado pela associação, o órgão luta pelos direitos e emancipação dos direitos das mulheres. No pedido, a União afirmou que o caso do Robinho possui destacada relevância social, e pontuou também que há “uma notável impunidade de jogadores de futebol em casos de violência sexual”.
Sendo assim, foi solicitada a retenção do passaporte como uma medida cautelar para tentar evitar uma possível saída de Robinho do Brasil. A ministra, porém, negou o pedido, afirmando ‘falta de legitimidade do amicus curiae para tanto’.
Processo discute o cumprimento da pena no Brasil
A ministra Maria Thereza de Assis Moura mandou, no dia 23 de fevereiro, que o jogador Robinho seja convocado para participar do processo de homologação [reconhecimento] da sentença italiana.
Na decisão, a presidente do STJ intimou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que consulte os bancos de dados e indique um endereço válido do jogador para que ele possa ser notificado sobre a convocação, cujo termo técnico é citação. Essa é a primeira fase do processo de homologação, que é a validação da condenação.
Ao tomar a decisão, a presidente do STJ destacou que, em exame preliminar, o pedido da Justiça Italiana atende aos requisitos para que seja reconhecida a sentença do país europeu. Entretanto, a ministra deixou claro que a Corte Especial do órgão ainda não se pronunciou sobre o caso, em que pese, ainda cabe contestação [sobre a homologação no Brasil] por parte da defesa de Robinho.
Após a citação do jogador, se a defesa apresentar a contestação, o processo será distribuído a um relator integrante da Corte Especial. Quando não há contestação, a atribuição de homologar [validar] o cumprimento da sentença estrangeira é da presidência do tribunal.
Trâmites do pedido
Após o governo italiano ter o pedido de extradição do jogador negado pelo Brasil, que não entrega brasileiros natos a outros países, foi enviado um documento pela homologação da decisão que condenou o Robinho, com o objetivo de que ele cumpra a pena no país de origem. O acesso ao Superior Tribunal de Justiça foi feito por intermédio do Ministério da Justiça.
O ministro Flávio Dino, inclusive, usou as redes sociais para informar ter repassado o documento ao STJ. “O Ministério da Justiça recebeu o pedido da justiça italiana sobre o ex-jogador Robinho. A admissibilidade administrativa foi efetuada e houve a remessa ao STJ, em cumprimento à Constituição Federal. A tramitação jurisdicional foi iniciada”.
A primeira-dama, Janja da Silva, afirmou nesta quarta-feira (8) que tem sido alvo de mentiras e ataques à honra e criticou a sub-representação feminina no Congresso.
A esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu as declarações durante sessão do Senado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
“Cada uma das mulheres aqui sabe as dificuldades do dia a dia da politica. Tenho sido o principal alvo de mentiras, ataques à honra e ameaças nas redes sociais. Até mais que o presidente. Sei que muitas de vocês também passam por isso. A mesma terrível experiência de ver seu nome, seu corpo e sua vida expostos de maneira mentirosa”, disse Janja.
Na sessão, Janja, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e outras mulheres receberam o Diploma Bertha Lutz, um prêmio concedido pelo Senado a pessoas que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no país.
A jornalista da TV Globo Glória Maria, falecida em fevereiro deste ano, recebeu homenagem póstuma. O diploma será enviado à família dela.
A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, e a cientista política Ilona Szabó de Carvalho também receberam os prêmios.
Sub-representação no Congresso
Janja e Rosa Weber criticaram a pouco numerosa participação feminina no Congresso Nacional.
Embora sejam mais da metade da população brasileira, as mulheres representam menos de 20% do Legislativo federal no país (17,3% da Câmara dos Deputados e 18% do Senado).
“Um século depois de Bertha Lutz ter organizado a luta pelo direito ao voto, seguimos tendo que repetir que precisamos estar representadas nos espaços de decisão. […] Temos que comemorar o avanço da representatividade das mulheres no Congresso, mas ainda estamos abaixo da média mundial, que é de 26% dos assentos nos parlamentos”, declarou Janja.
“A igualdade continua a se fazer necessária, considerada a sub-representação feminina neste parlamento a partir da perspectiva masculina a respeito da mulher. Igualdade formal na lei, não igualdade substancial. Igualdade efetiva”, afirmou a presidente do STF, Rosa Weber, na sessão.
‘Bronca’ na sessão
Líder da bancada feminina no Senado, Eliziane Gama (Cidadania-MA) deu uma bronca nos presentes à sessão quando a colega Leila Barros (PDT-DF) discursava. Ela pediu silêncio no plenário para que Leila pudesse ser ouvida.
“Nós estamos comemorando a semana da mulher. Nós temos um grande problema hoje a enfrentar: as mulheres elas são interrompidas sempre. Nós, às vezes, temos que falar fisicamente um pouco mais alto para a gente poder ser ouvida. A gente não pode permitir que isso ocorra hoje, no 8 de março. Temos uma mulher na tribuna do Senado”, afirmou.
“Eu queria pedir aos homens e às mulheres que fizessem silêncio para ouvirmos a senadora Leila Barros e que sentassem, me desculpem, mas é um desrespeito, inclusive, a nós mulheres”, completou Eliziane
‘Grandes obstáculos’ na política
Durante a sessão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também criticou a sub-representação das mulheres na política, acrescentando que elas enfrentam “grandes obstáculos” que ainda persistem na sociedade.
No mês passado, Pacheco foi procurado por senadoras insatisfeitas com o fato de a Mesa Diretora do Senado ter sido definida sem a presença de nenhuma parlamentar entre os sete membros titulares.
A Mesa Diretora é eleita pelo plenário a partir das indicações dos partidos políticos, e os partidos indicaram somente homens.
“Apesar de muitos avanços, não podemos nos esquecer dos grandes obstáculos que persistem ao atingimento da igualdade de gênero em nossa sociedade, como a diminuição da ainda sub-representação quantitativa das mulheres na política”, afirmou Pacheco.
O deputado estadual João Henrique Catan (PL) fez apologia a Hitler no plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, ontem (7), em Campo Grande.
Ele fazia críticas ao fato de a Assembleia ser de maioria governista. A reclamação surgiu a partir da dificuldade que teria, como oposição, em conseguir informações do Executivo, o que, segundo o parlamentar, seria algo parecido com que o ditador alemão Adolf Hitler fez até o parlamento alemão sucumbir. Por isso, teria utilizado o livro como exemplo.
Confira o que o deputado disse ao citar o livro de Hitler:
“Aqui eu trago, senhor presidente, um livro que este parlamentar ficou com medo na sua viagem de retorno ao Brasil, senhor presidente. Fiquei com medo de entrar com esse livro no Brasil, porque à época um juiz talvez mais ditador do que Adolf Hitler suspendeu a entrada e as vendas do Mein Kampf, Minha Luta, Minha História, Minha Vida, de Adolf Hitler, onde aqui retrata suas estratégias para aniquilar, fuzilar, o parlamento e os direitos de representação popular.
Senhor presidente, é com a apresentação do Mein Kampf de Hitler que peço para que este parlamento se fortaleça, se reconstrua, se reorganize nos rumos do que foi o parlamento europeu da Alemanha e que serviu, após sua reconstrução, de inspiração, inclusive para nós estarmos hoje aqui através do nosso direito constitucional brasileiro, que se inspira no modelo romano germânico. Era o que tinha, senhor presidente, para encaminhar o voto favorável a aprovação do requerimento.”
Procurado, João Henrique afirmou que a citação foi em crítica às estratégias de Hitler. Confira a nota do deputado estadual na íntegra:
“O Governo do Estado orientou sua base a votar contra um requerimento simples, que visava detalhar as contratações com cargos comissionados do estado. Coisa simples, da atividade fiscalizatória e devido exercício da atividade parlamentar. A citação foi justamente oposta a esse sentido, em crítica às estratégias de Hitler para anular o parlamento, corromper a democracia, até que colocou, por meio de infiltrado, fogo no parlamento alemão.
A crítica revela que a democracia no nível estadual está fragilizada, de maneira disfarçada, institucionalizada, legalizada pelo governador do Estado, pela coalisão, está entrando em autofagia, ao queimarem a independência do parlamento estadual. Ou seja, Hitler anulou o parlamento colocando fogo no prédio, o Governo do Estado de MS ateou fogo no parlamento estadual construindo sua base para que renunciem ao exercício e independência da atividade parlamentar.”
Apologia do nazismo
A apologia do nazismo se enquadra na Lei 7.716/1989, segundo a qual é crime:
Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa – ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meios de comunicação social.
Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Essa lei é respaldada pela própria Constituição, que classifica o racismo como crime inafiançável e imprescritível. Isso significa que o racismo pode ser julgado e sentenciado a qualquer momento, não importando quanto tempo já se passou desde a conduta.
Mais polêmica
No ano passado, o deputado bolsonarista já tinha causado polêmica ao participar de uma sessão, online, direto de um stand de tiros. Lá, fez disparos de arma de fogo ao votar contra um projeto e dizer que era um “alerta contra o comunismo”.
Atingidos por fortes chuvas, três municípios devem ter o estado de calamidade pública reconhecido pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). A Mesa Diretora apresentou, na última terça-feira (7), três projetos de decreto legislativo, que reconhecem a situação excepcional em Porto Murtinho, Bela Vista e Anastácio, atendendo solicitações dos prefeitos desses municípios.
O Projeto de Decreto Legislativo 04/2023 reconhece a ocorrência do estado de calamidade pública em Porto Murtinho. Ofício enviado pelo prefeito Nelson Cintra (PSDB) informam alguns problemas resultantes do temporal. “Essas chuvas intensas ocasionaram a destruição de estradas e pontes na área rural”, disse o gestor. Os produtores estão com dificuldade para escoar hortifruti e mais de 400 alunos estão perdendo aulas.
O reconhecimento estado de calamidade pública em Bela Vista é previsto pelo Projeto de Decreto Legislativo 05/2023. As chuvas elevaram o nível das águas do rio Apa, afetando as estradas vicinais que dão acesso aos assentamentos e propriedades rurais, conforme relatou, no ofício enviado à ALEMS, o prefeito Reinaldo Miranda Benites (PSDB). Rodovias estradas e pontes foram prejudicadas, atrasando o início do ano letivo. De 1º a 28 de fevereiro, o município acumula volume aproximado de 364 milímetros.
Situação crítica também passa Anastácio, que tem o reconhecimento do estado de calamidade pública previsto no Projeto de Decreto Legislativo 06/2023. As chuvas aumentaram o nível do rio Aquidauana, prejudicando as famílias ribeirinhas. Conforme o prefeito Nildo Alves (PSDB), o acúmulo de chuva também “tem comprometido a malha viária do município afetando a mobilidade urbana e rural, bem como prejudicando a estrutura de pontes e causado danos em sistemas de drenagem.”
Os municípios, em estado de calamidade pública, devem observar as regras estabelecidas na Lei Complementar Federal 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os atos e despesas decorrentes da situação de calamidade pública devem ser divulgados. O reconhecimento pela Assembleia Legislativa da ocorrência do estado de calamidade pública em municípios é previsto LRF.
A partir desta quarta-feira (08) a vacina bivalente contra a Covid-19 estará liberada para pessoas com 64 anos ou mais e trabalhadores da saúde com 50 anos ou mais. As doses estão disponíveis em mais de 50 locais.
De acordo com o calendário estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), o reforço também está liberado para imunocomprometidos, indígenas aldeados e quilombolas com 12 anos ou mais.
Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, para receber o reforço é necessário estar com o esquema primário completo e ter recebido a última dose há pelo menos quatro meses.
Demais públicos
A vacinação segue disponível para os bebês de seis meses a menores de dois anos (1 ano, 11 meses e 29 dias) sem comorbidades, e de dois anos a menores de três anos com comorbidades, além de crianças de 03 anos ou mais, bem como aquelas que precisam tomar as doses de reforço.
As doses de reforço devem ser tomadas conforme indicação para cada imunizante e público, seguindo um intervalo de 28 dias a quatro meses, conforme os calendários disponíveis no site: http://www.campogrande.ms.gov.br/sesau/vacinacg. Os locais de vacinação também podem ser consultados neste endereço.
A aplicação da segunda dose de reforço (quarta dose) está liberada para todas as pessoas com 18 anos ou mais, vacinadas com a terceira dose há pelo menos quatro meses.
Caso haja dúvida sobre a data para aplicação do reforço basta acessar o carteirinha digital disponível no site: vacina.campogrande.ms.gov.br.
Neste 8 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, um dado chama a atenção e deve ser motivo de orgulho para as campo-grandenses: as mulheres estão mais presentes do que nunca no comando da administração municipal. Além de ser uma das duas capitais brasileiras com mulheres na chefia do Executivo, a Prefeitura de Campo Grande é também a quinta no número de mulheres como titulares nas secretarias e subsecretarias, e a segunda na região Centro-Oeste.
A presença feminina no comando de 24 das 37 pastas, contando a Prefeita Adriane Lopes e as adjuntas, se traduz numa administração mais humana, mais sensível às necessidades da população da cidade como um todo, mas, de modo especial, à causa da mulher. Cuidado esse que se converte em ações que visam a garantia da proteção, da saúde, do bem-estar e da dignidade das campo-grandenses.
A representatividade das mulheres na gestão municipal é um grande avanço na luta por igualdade de direitos na nossa sociedade. Assim, Campo Grande se destaca e assume uma posição de vanguarda entre as capitais brasileiras, um exemplo a ser seguido em todo o país.
Conquistas
A participação política das mulheres no Brasil é recente. O direito ao voto, por exemplo, conquistado através do Decreto Nº 21.076, de 1.932 e consolidado na Constituição de 1934, completou 91 anos, em fevereiro, porém, pouco tempo antes, o Brasil conhecia suas primeiras candidatas eleitas.
Em Lajes, no Rio Grande do Norte, no ano de 1.928, aos 32 anos, Luíza Alzira Soriano Teixeira tornou-se a primeira prefeita do Brasil e da América Latina. No mesmo ano, também no estado potiguar, Joana Cacilda Bessa entrou para a história como a primeira vereadora do país. De lá pra cá, muitas lutas foram travadas, tanto para a manutenção dos direitos adquiridos, quanto para que novos fossem alcançados.
Nas eleições de 2022, o número de mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados cresceu 18%, passando de 77 para 91 parlamentares. Apesar do aumento, a fatia ainda é pequena quando comparada com o todo, representando 17,7% da Bancada Federal composta por 513 deputados.
Olhar feminino
A Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, a primeira do país, é referência no combate à violência. Segundo o Dossiê da Mulher Campo-Grandense/2023, entre 2016 e 2022, a CMB realizou 854.363 encaminhamentos nos setores integrados e encaminhamento à rede externa, acolhendo e oferecendo acompanhamento psicológico e jurídico às vítimas, proporcionando todo suporte necessário no processo de superação e resgate da autoestima, autonomia e cidadania, por vezes perdidas nos atos de violência.
Através da Casa da Mulher Brasileira, *Maria Cristina, de 36 anos, conseguiu romper o ciclo de violência sofrido durante 20 anos e começou a escrever uma nova história. O companheiro nunca permitiu que ela estudasse, trabalhasse, ou tivesse amigos. A vida era casa, marido e filhos. E apesar de todo o autoritarismo, ela nunca o viu como agressor, até que um dia os abusos deixaram de ser somente emocionais e passaram a ser físicos.
Foram anos e anos de violência. “Ele sempre chegava em casa bêbado e me batia. Eu sempre dava uma chance. Até que no meu aniversário percebi que não ia mudar. Eu convidei minha irmã e meu irmão para virem em casa e ele me maltratou na frente de todo mundo. Me senti muito humilhada, era para ser um dia feliz pra mim. No outro dia eu fui à Delegacia da Mulher, na Casa da Mulher Brasileira, e o denunciei. Entrei com a medida protetiva. Ele se recusou a sair de casa, aí eu peguei meus filhos e saí. Eu não tinha nem serviço”, diz Maria Cristina.
Na Casa da Mulher Brasileira ela foi encaminhada para a Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat) e através do Proinc conseguiu uma oportunidade de trabalho. Foi o primeiro passo para se reinserir no mercado de trabalho, conhecer novas pessoas e se reconstruir. Atualmente, está trabalhando com carteira assinada.
Superação
Oportunidades de mudança, crescimento e realização de sonhos têm alcançado mulheres em todas as sete regiões urbanas da Capital, como a Aline Paula Marques Ferreira que é mãe de dois meninos e trabalha com vendas em uma loja de embalagens. Hoje, com 30 anos, ela tem casa própria, um carro e comemora porque os meninos estudam em uma boa escola. Mas, a vida exigiu muito até ela chegar onde está. Ela conta que começou a trabalhar quando o filho mais velho estava com seis meses.
A oportunidade chegou depois de muitos nãos por ter criança pequena e não ter com quem deixar. “Foi meu primeiro e único emprego até agora. Vim para cá com meu filho pequeno. Ele tinha seis meses quando comecei a trabalhar aqui. Tive muito amparo desde o início. Sempre pude levar ao médico, ir em reunião de escola, a carteira de vacinação está em dia. Fui abraçada aqui”, diz.
Aline Paula conta que começou nos serviços gerais e foi crescendo aos poucos. Segundo ela, sempre que tinha um tempinho buscava aprender sobre os produtos, as novidades, tudo que pudesse. Aos poucos foi ganhando espaço e hoje é a colaboradora que mais vende na loja.
Para a empresária Rosângela Pereira Machado, apoiar os colaboradores é fundamental para o crescimento da empresa. Ela veio de Goiás, junto da irmã Shirley Pereira Machado, e montou o negócio do zero. “Eu sei bem a dificuldade de começar. Nós iniciamos só com a vontade de trabalhar, poucos acreditavam em nós, não éramos daqui, achavam que não íamos ficar. Duas mulheres, sozinhas, mas tudo foi dando certo, com muito trabalho e conforme a gente foi crescendo precisamos aumentar a equipe. Acabamos tendo esse perfil de contratar mulheres, mulheres sozinhas, mães solo, que buscavam o primeiro emprego. A gente vê que a mulher quando tem a oportunidade ela vai atrás, ela faz acontecer”, diz.
Valorização
As iniciativas de fortalecer as mulheres chamaram a atenção e a empresa foi indicada para receber o Selo “Compromisso com a Igualdade de Gênero” – CIG instituído por meio do Decreto municipal n° 13.248 – concedido às instituições públicas e privadas, que se comprometem em adotar ações efetivas em favor da igualdade de gênero no ambiente profissional.
“Me ligaram e me disseram que nós tínhamos sido indicadas por termos práticas de valorização da mulher, ficamos muito felizes porque é um reconhecimento das oportunidades que a gente coloca no mercado. É muito gratificante vermos as mulheres se tornarem ótimas profissionais”, salienta.
Aline Paula foi beneficiada diretamente pelas ações e concorda. Ela diz que se não tivesse tido essa oportunidade, não teria entrado no mercado de trabalho. “Muitas mulheres que são mães solo acabam dependendo de auxílio, de ajuda, por não ter essa abertura das empresas. Hoje eu tenho minha casa, meu carro, meus filhos estudam em escola boa e tudo graças a essa chance que eu tive aqui”, frisa.
Empoderamento
E para as mulheres que já saíram do mercado de trabalho, mas querem continuar ganhando um extra, a Prefeitura de Campo Grande também tem um lugar especial. O “Espaço do Fazer” foi criado no intuito de ser referência para grupo de mulheres artesãs e empreendedoras que buscam formação para gerar renda e conhecimento para o exercício da plena cidadania.
Instalado na sede da subsecretaria de Políticas para as Mulheres, o local incentiva o empoderamento e a emancipação de mulheres, buscando uma ação que ofereça oportunidades.
Para a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, as atividades no Espaço do Fazer promovem o empoderamento da mulher através da informação, e a emancipação por meio da geração de renda. “Estamos atentas e cuidando em nossa administração da valorização das mulheres e das políticas públicas voltadas para elas. Estamos trabalhando dia a dia para que essas políticas sejam aplicadas de forma correta”, afirmou.
Maíza Odette Pereira Caldas, que participa do projeto, diz se sentir muito bem no local. “Eu conheci o projeto através de uma amiga. Venho porque eu gosto, eu me sinto bem aqui. Eu me sinto evoluindo tanto com as pessoas, as amizades, como nos trabalhos manuais que fazemos”, diz.
Ela conta ainda que quando tem feira aproveita e expõe os produtos e vende alguns dos trabalhos. “É bom, né? Mas, graças a Deus eu sou aposentada e não dependo dessa renda. A maioria dos trabalhos que faço eu dou de presente”, revela.
Já Lira Kuntzel que está no projeto desde 2017 diz participar de tudo. “Eu sempre participo das aulas, das feiras, vendo minhas coisas em casa, nas feiras. A gente faz vários tipos de trabalho: pano de prato, trabalho de fuxicos. Tem muita coisa. Nas datas comemorativas fazemos os trabalhos temáticos. Gosto muito de crochê, faço tapetes, faço de tudo. E já tenho alguns clientes que são meus, que sempre compram”, conta.
Gestão feminina
Celebramos este 8 de março de forma muito especial, tendo a nossa capital governada por uma mulher, a Prefeita Adriane Lopes. No país, somente duas capitais são governadas por mulheres e Campo Grande é uma delas.
A subsecretária Carla Stephanini, titular da Subsecretaria de Políticas para a Mulher (SEMU), exalta a presença das mulheres em postos que lhes permitem participar de decisões tão importantes, que influenciam diretamente a vida de todas as campo-grandenses.
Ela ressalta que “a gestão da Prefeita Adriane Lopes oportunizou mais mulheres exercendo cargos de primeiro e segundo escalão, reconhecendo a importância e necessária participação das mulheres nos espaços de poder e decisão, compartilhando ideias, experiências e conhecimento na formulação e execução das políticas públicas e propondo soluções para a nossa cidade. A força das mulheres que cotidianamente lutam por melhores condições de vida nos move para que as políticas públicas e as ações governamentais possam efetivamente reduzir as desigualdades sociais, promover a equidade de gênero, a redução da violência doméstica e familiar e a igualdade no mundo do trabalho. Que a mulher tão sobrecarregada no cuidado também seja amparada pela política do cuidado e o respeito seja presente na sua jornada”, conclui.
A douradense Nilza Emy Yamasaki é a nova secretária-executiva de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon/MS). Ela assume o cargo com a missão de aprimorar o atendimento e a qualidade dos serviços ao cidadão.
“É uma grande responsabilidade assumir a gestão do Procon de Mato Grosso do Sul, um órgão que tem uma história e um papel fundamental na vida dos consumidores sul-mato-grossenses. Esta é uma das missões mais relevantes de minha trajetória profissional. E venho contribuir para aprimorar e trazer inovações às políticas já desenvolvidas pelo Procon, que conta com um time qualificado de servidores”, afirmou Nilza Yamasaki.
“A diretriz do Governo já foi dada: dar prioridade para melhorar o atendimento e a qualidade dos serviços ao cidadão, com governança e responsabilidade. Agradeço o apoio do nosso governador, Eduardo Riedel, e o convite e confiança da secretária da Sead, Patrícia Cozzolino, nesta nova jornada. Sabemos que trabalhar pelo consumidor de Mato Grosso do Sul é trabalhar para o desenvolvimento do nosso Estado”, concluiu a nova secretária-executiva de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon/MS).
Nilza é servidora pública federal há 23 anos. Ela foi diretora na Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, do Ministério da Economia (2021/2022); secretária Nacional do Cadastro Único, do Ministério da Cidadania (2020/2021); diretora de Relações Internacionais, Institucionais e Inovação, da UFMS (2019/2020); assessora especial da Casa Civil da Presidência da República (2017/2019); e assessora especial do Ministério dos Transportes (2010-2013/2014-2016).
Entre os destaques na atuação profissional dela estão a concepção e desenvolvimento do Governa (Sistema de Integração de Informações do Governo Federal) da Presidência da República; a estruturação, implantação e gerenciamento do Auxílio Emergencial (enfrentamento à pandemia de Covid-19); e a implantação da governança de destinações e estruturação de projetos de inovação institucional na Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União.
A nova secretária-executiva tem MBA em Planejamento, Orçamento e Gestão Pública (FGV) e é formada em Direito (UCDB/MS) e Comunicação Social – Jornalismo (UEL/PR). Ela tem experiência em gestão de informações gerenciais e estratégicas; gestão institucional e de políticas públicas; estruturação de unidades governamentais, governança, coordenação, planejamento; estruturação e gestão de projetos de inovação institucional; gestão executiva de unidades de alta performance; e gestão de políticas públicas.
A quarta-feira (8) segue com tempo instável. São esperadas chuvas de intensidade fraca a moderada, mas o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) não descarta a possibilidade de chuvas mais fortes e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento.
São esperados acumulados de chuvas com valores acima de 40 mm em 24 horas. As instabilidades ocorrem devido ao transporte de calor e umidade, aliado ao deslocamento de cavados (região de baixa pressão atmosférica).
Para a Capital são esperadas mínima de 21°C e máxima de 30°C. Na região sul-fronteira, Ponta Porã terá 21°C de mínima e máxima de 27°C. Iguatemi atinge os 31°C de máxima. No leste e bolsão, Anaurilândia, Três Lagoas e Paranaíba podem chegar aos 33°C.
Partindo para as regiões mais quentes do Estado, Coxim e Camapuã, no norte, terão mínimas de 21 e 22°C e máxima de 31°C. No Pantanal, Corumbá fica em 24°C de mínima e em seu período mais quente chega aos 30°C. Porto Murtinho com mínima de 25°C e máxima de 29°C.