Está aberta para visitação no Museu da Imagem e do Som de MS (MIS-MS) a exposição Mba’ekuaa: O Saber-Fazer Guarani e Kaiowá, que apresenta uma seleção dos registros produzidos para o Acervo Multimídia Guarani e Kaiowá, uma colaboração global entre a Kuñangue Aty Guasu, o Instituto de Desenvolvimento da Arte e da Cultura (IDAC) e o Laboratório de Antropologia Multimídia da Universidade de Londres (UCL MAL).
O projeto é realizado em parceria com o British Museum’s EMKP no Reino Unido e tem como foco documentar os processos materiais e os conhecimentos técnicos através dos quais as casas de reza Guarani e Kaiowá (Oga Pysy) são construídas, e as práticas rituais que estas estruturas possibilitam.
O projeto também interroga os processos materiais, conhecimento técnico e as relações sociais através dos quais os acervos de patrimônio cultural são construídos e apresentados, experimentando com mídias digitais de imersão sensorial como RV/360 e som ambisônico, o registro e a busca de novas relações colaborativas com as comunidades locais.
O resultado do processo de pesquisa, realizado desde 2020 de forma online e presencial, entre as comunidade tradicionais, pesquisadores e artistas de mais de 30 países do mundo, será apresentado no Reino Unido e entregue às comunidades tradicionais Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul, servindo como um arquivo histórico que permitirá às comunidades manterem um registro das práticas materiais existentes, porém ameaçadas, o conhecimento cosmológico que elas contêm, além de servir como um modelo para garantir que essas práticas materiais e as relações sociais e cosmológicas que elas articulam sejam acessíveis para as gerações futuras.
A exposição Mba’ekuaa: O Saber-Fazer Guarani e Kaiowá foi aberta na última sexta-feira (15) com a visita dos rezadores Guarani e Kaiowá. Estiveram presentes no MIS-MS cerca de 55 pessoas que vivem no Cone Sul do estado, em áreas demarcadas e de retomada, que estava em Brasília e fizeram uma reza de abertura na passagem por Campo Grande.
“É uma exposição que busca colaborar com a manutenção da cultura e das práticas ancestrais e faz reverência às comunidades tradicionais Guarani Kaiowá de Mato Grosso do Sul. É uma satisfação enorme receber essa exposição com a participação dos Nhanderus e as Nhadesys (rezadores tradicionais) nessa passagem por Campo Grande, e ter agora aqui no MIS-MS, um fragmento do que será inaugurado em novembro de forma virtual e imersiva em Londres””, finalizou a coordenadora do MIS-MS, Marinetti Pinheiro.