Pesquisadores recebem mais R$ 4 milhões para projetos sobre mudanças climáticas

Pesquisadores ligados a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) firmaram convênios e vão receber R$ 4.072.246,35 para financiar oito projetos que desenvolvam tecnologias visando a mitigação dos gases que provocam o efeito estufa. Os recursos são do governo do Estado e integram Edital da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Em fevereiro, pelo mesmo Edital, outros 11 projetos já haviam recebido R$ 4 milhões. O secretário da Semagro, Jaime Verruck, explicou que, diante da relevância das demais propostas apresentadas e que não puderam ser contempladas devido à limitação de recursos, o governador autorizou a liberação de mais R$ 4 milhões. “Seria ruim para Mato Grosso do Sul não ter acesso a esse conhecimento”, acrescentou Verruck, reforçando a meta de chegar em 2030 como Estado Carbono Neutro.

O ato de assinatura dos convênios reuniu os pesquisadores, o secretário Jaime Verruck, o secretário adjunto Ricardo Senna, o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira, o reitor da UFMS, Marcelo Turine, entre outros convidados, no auditório da Semagro na tarde desta segunda-feira (11).

Verruck lembrou que, em 2016 – quando começou a se delinear uma política para incentivar atividades com baixa emissão de carbono – havia o temor de que isso desencadearia um conflito entre desenvolvimentistas e conservacionistas. O secretário frisou que o Estado não vai abrir mão de se desenvolver, porém vai buscar as técnicas e tecnologias necessárias para que esse desenvolvimento seja equilibrado e sustentável.

O Edital da Fundect está nessa linha, além de outras iniciativas implantadas pelo governo nos últimos anos, como os programas Carne Sustentável e Carne Orgânica do Pantanal, o PróSolo, o Estrada Viva (um manual para construção de rodovias que respeitem e favoreçam o trânsito de animais) e, mais recentemente, a inauguração do Bioparque Pantanal. “Isso tudo mostra o quanto nós estamos agindo, estamos fazendo e implantando. Não basta só retórica, tem que agir”, disse.

Projetos

Os projetos contemplados com a ampliação dos recursos do Edital Fundect foram:

Inventário de gases de efeito estufa (GEE) do setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul e medidas de mitigação, da pesquisadora Luiza Paula da Conceição Lopes, da UFMS;

Tratamento de esgotos com microalgas: demonstração de um processo integrado convertendo esgotos em recursos, do pesquisador Marc Árpád Boncz, da UFMS;

Laboratório de Bioeconomia Sustentável para o Estado de Mato Grosso do Sul, do pesquisador José Carlos de Jesus Lopes, da UFMS;

Inteligência artificial e sensoriamento remoto aplicados no monitoramento do estoque de carbono e emissão de CO2 por incêndios, do pesquisador José Marcato Júnior, da UFMS;

Eletro (foto) conversor escalável de metano e CO2 para pecuária limpa (Fotopec), do pesquisador Cauê Alves Martins, da UFMS;

Inventário Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa pela Bovinocultura de Corte e Uso e Mudança do Uso da Terra, do pesquisador Guilherme Malafaia, da Embrapa Gado de Corte;

Estoque e carbono em formações florestais e savânicas do Estado de Mato Grosso do Sul, do pesquisador Fábio Martins Ayres, da UEMS;

Potencial de estocagem de carbono no solo de sistemas integrados de produção agropecuária e áreas recuperadas na bacia hidrográfica do Rio Paraná, no Estado de Mato Grosso do Sul, do pesquisador Jean Sérgio Rosset, da UEMS.

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