Lula é vaiado e aplaudido no Parlamento de Portugal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi nesta terça-feira (25) alvo de protestos de deputados de direita e também foi aplaudido durante discurso na Assembleia da República Portuguesa, em Lisboa. O petista ainda criticou ideologias extremistas e voltou a dizer que condena a invasão da Ucrânia pela Rússia.

No início do pronunciamento, 11 parlamentares do partido de extrema direita Chega fizeram um protesto, respondido com aplausos a Lula por integrantes das outras bancadas. O presidente do Parlamento português, Santos Silva, do Partido Socialista (PS), cobrou respeito dos presentes.

Na sequência do discurso, o presidente brasileiro disse, mais de uma vez, que há uma onda crescente de ideologias extremistas, que ele disse serem “impulsionadas pela ditadura dos algoritmos”.

“Elas [ideologias extremistas] reduzem o espaço para o diálogo e a empatia, propagam o ódio e constrangem a expressão de nossa humanidade”, afirmou o petista.

Lula também criticou o que chamou de “políticos demagogos” contrários à integração da União Europeia. Ele defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O presidente disse, em outro momento, que soluções militares para os problemas atuais não são a saída e que é preciso ter diálogo para que conflitos nacionais e internacionais sejam resolvidos.

“Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da história. Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política”, disse Lula.

Invasão da Ucrânia

O presidente brasileiro também voltou a condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia. É a terceira declaração de Lula nesse sentido após ser criticado, inclusive pela Casa Branca, por dizer que a Ucrânia também teria responsabilidade pelo início do conflito.

No sábado, também em Portugal, Lula negou ter igualado responsabilidade de Rússia e Ucrânia pela guerra e pediu uma saída negociada para o conflito – a fala do presidente ocorreu depois de participar de reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais. Ao mesmo tempo, é preciso admitir que a guerra não poderá seguir indefinidamente. A cada dia que os combates prosseguem, aumenta o sofrimento humano, a perda de vidas, a destruição de lares. As crises alimentar e energética são problemas de todo o mundo. Todos nós fomos afetados, de alguma forma, pelas consequências da guerra. É preciso falar da paz. Para chegar a esse objetivo, é indispensável trilhar o caminho pelo diálogo e pela diplomacia.”, disse o presidente nesta terça.

As declarações de Lula em Portugal diferem da postura que Lula vinha adotando nos últimos meses. Na semana passada, por exemplo, o petista disse durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos que a Ucrânia tem responsabilidade pelo início do conflito e que os Estados Unidos e a Europa prologam a guerra.

Fonte: G1

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