Israel usa drones e atinge campo de refugiados em maior ataque na Cisjordânia em décadas

Forças de Israel atacaram nesta segunda-feira (3) a cidade de Jenin, na Cisjordânia, com drones e centenas de soldados por terra. O campo de refugiados local foi atingido, e oito pessoas morreram.

A operação é a maior ação israelense na Cisjordânia em quase 20 anos, segundo o jornal The New York Timese foi feita em resposta a uma série de ataques de militantes palestinos a colonos judeus na região. O governo de Tel Aviv alega que suas tropas atacaram apenas alvos criminosos.

Em 19 de junho, uma operação para prender dois palestinos suspeitos de atividade terrorista se transformou em longas trocas de tiros, segundo os militares israelenses. À época, cinco palestinos foram mortos e dezena de pessoas ficaram feridas.

Homem ferido é levado a hospital na Cisjordânia após ataque de Israel à cidade de Jenin, em 3 de julho de 2023.  — Foto: Nasser Nasser/ AP
Homem ferido é levado a hospital na Cisjordânia após ataque de Israel à cidade de Jenin, em 3 de julho de 2023. — Foto: Nasser Nasser/ AP

Até o início da manhã desta segunda, tropas israelenses ainda buscavam suspeitos no campo de refugiados de Jenin, que abriga 14 mil pessoas em uma área de menos de meio quilômetro quadrado. Moradores se queixaram de falta de luz.

As Brigadas de Jenin, formada por grupos militantes, afirmaram ter abatido um dos drones israelenses no ataque.

A operação começou no início da madrugada com um ataque aéreo a um prédio que, segundo o coronel israelense Richard Herdt, é usado por militantes para planejar ataques. O objetivo da operação era destruir e confiscar armas.

“Estamos agindo contra alvos específicos”, afirmou o coronel, que disse ainda que as forças israelenses não pretendem ficar no campo de refugiados de forma permanente.

Os militares israelenses informaram que vão precisar de pelo menos mais 24 horas para concluir a operação, disse uma pessoa informada sobre o planejamento militar. Até agora, os militares se recusaram a dizer quanto tempo a operação levará, dizendo apenas que pode durar mais de um dia e que as forças permanecerão o tempo que for necessário.

Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, elogiou os esforços do Exército e acusou o Irã de estar por trás da violência ao financiar grupos armados palestinos.

“Devido aos fundos que recebem do Irã, o campo de Jenin se tornou um centro de atividade terrorista”, afirmou.

Em comunicado, autoridades de Jenin rejeitaram a alegação e disseram que a violência é uma “resposta natural pelos 56 anos de ocupação desde que Israel capturou a Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias em 1967”.

A Casa Branca também emitiu um comunicado em que disse apoiar a segurança de Israel e o direito de se defender.

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