Azambuja destaca respeito ao dinheiro público ao inaugurar obra do Bioparque

Há muito tempo esperado pela população, o Bioparque Pantanal foi inaugurado nesta segunda-feira (28) como a mais nova atração turística, cultural e científica de Mato Grosso do Sul. Na cerimônia que marcou a entrega do megaempreendimento, o governador Reinaldo Azambuja destacou o “respeito pelo dinheiro público” ao terminar a obra iniciada 11 anos atrás.

“Concluímos, entregamos e agora a população de Mato Grosso do Sul, do Brasil e do mundo, poderá conhecer as belezas naturais e a grande biodiversidade do Pantanal”, afirmou o govenador, que compareceu ao evento ao lado da primeira-dama Fátima Azambuja.

Para ele, entregar o espaço à sociedade após diversos entraves que dificultaram a execução das obras demonstra a responsabilidade do Estado com o investimento público.

“Eu tenho meu posicionamento pessoal, disse muitas vezes que não gastaria recursos em aquário, mas se o governador anterior tomou essa decisão, nós respeitamos isso. A conclusão é em respeito ao dinheiro público para não deixarmos um elefante branco. O Brasil está tomado de obras inacabadas em vários estados. Aqui é diferente”, afirmou Reinaldo Azambuja.

(Confira abaixo da matéria a íntegra do discurso do governador).

Na cerimônia, o ex-governador André Puccinelli exaltou a inauguração do Bioparque e disse que a entrega da obra é uma vitória conjunta de toda a sociedade, dos visionários que a imaginaram e também de pesquisadores, ambientalistas e integrantes do setor de serviços que pediram o ponto turístico capaz de atrair os viajantes do mundo inteiro.

“Não posso deixar de dizer que esta é também uma vitória de dois governos. Dois governos democráticos, dois governos de homens que são adversários no campo político, mas que não são inimigos na vida. De homens que colocaram de lado suas divergências e tiveram a grandeza de pensar no futuro de Mato Grosso do Sul e no bem-estar da nossa gente”, pontuou Puccinelli.

Também presente na cerimônia, o secretário de Infraestrutura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que esteve à frente das obras no último ano e meio, afirmou que o Bioparque Patnanal é um legado para o futuro.

“Esse monumento, não é somente um aquário, vai transformar as próximas gerações do Mato Grosso do Sul. Todas as nossas crianças das redes públicas de ensino, estadual e municipais, terão a oportunidade de passar por aqui e conhecer o valor do nosso Pantanal e da nossa cultura”, ressaltou.

Em 11 anos de obras, o Bioparque Pantanal recebeu R$ 230 milhões de investimentos. Com cinco milhões de litros de água, ele já é considerado o maior circuito de aquários de água doce do mundo. São 150 tanques ativos, que abrigam 220 espécies neotropicais, entre pantaneiras, amazônicas, africanas e outras da Oceania, Ásia e América Central. Desse total, 33 tanques estão disponíveis para visitação, sendo 23 internos e oito externos.

O Bioparque ainda possui museu interativo, biblioteca, núcleo de pesquisa e extensão e espaço diferenciado para eventos.

Até 31 de dezembro deste ano, as visitações serão gratuitas. Ou seja, não haverá cobrança de ingressos. As visitas serão guiadas e deverão ser agendadas a partir de abril, quando o Governo do Estado divulgará um site para reservas dos vouchers.

Confira abaixo, na íntegra, o discurso do governador Reinaldo Azambuja na cerimônia de inauguração do Bioparque Pantanal:

Senhoras e senhores,

Hoje estamos celebrando a entrega de uma obra esperada há muito tempo pela nossa população.

Confesso que era nosso desejo tê-la concluído bem antes, como fizemos com todas as outras demais obras em andamento que recebemos do governo anterior.

Só não  foi assim em razão de impedimentos diversos, alheios à nossa vontade.

Finalmente superados os entraves, colocamos mãos à obra, reafirmando a nossa crença em um valor fundamental da boa gestão pública: a responsabilidade do estado de terminar todas as iniciativas que demandaram investimento público, sem perguntar se é deste ou daquele governo!

Assim, destoamos na paisagem do país, onde proliferam  os elefantes brancos e uma coletânea infindável de obras paradas – uma afronta e um desrespeito ao dinheiro público.

Aqui também se consuma um ato de respeito institucional à tomada de decisão de cada governador, a seu tempo. Como se sabe, este empreendimento foi iniciado na gestão do ex-governador André Puccinelli, que hoje nos alegra com sua presença.

Penso, caro governador André, que aqui está um exemplo do que a população espera de nós, gestores: nossas decisões e ações devem estar sempre acima da política partidária e ir muito além das nossas eventuais diferenças.

Desde o começo, deixamos de lado essa ideia antiga da paternidade do empreendimento…  Prevaleceu aqui  o interesse público, coletivo!

Senhoras e senhores,

Faço questão de aproveitar esta oportunidade para fazer uma justa homenagem ao grande arquiteto Ruy Ohtake, que projetou este verdadeiro monumento.

Infelizmente Ruy nos deixou em 2021, mas tenho certeza que sua memória ficará para sempre entre nós, viva na expressão do seu talento e ousadia.

Foi, aliás, esta dimensão extraordinária da obra de Ruy Ohtake que inspirou a ampliação deste projeto.

O Aquário do Pantanal  agora é Bioparque do Pantanal.

Será museu interativo.

Centro de conhecimento.

Núcleo de pesquisa e extensão.

Espaço diferenciado para eventos controlados.

E é também o maior circuito de aquários de água doce do mundo, com 150 tanques ativos, que abrigam 220 espécies neotropicais: 151 espécies pantaneiras; 55 da Amazônia; 14 africanas e outras da Oceania, Ásia e América Central.

São 33 tanques, sendo 23 internos e oito externos, além de um tanque de abastecimento e outro de descarte de efluentes, totalizando um volume de cinco mil m³ de água.

O maior dos reservatórios é o túnel principal, que levará 1,2 milhão de litros de água para receber animais de grande porte.

Na Galeria de Aquários, será retratada, de forma sintética e objetiva, toda biodiversidade dos ambientes aquáticos do Pantanal.

Os diversos aquários (ou aquaterrários) retratam individualmente ambientes pantaneiros, harmonizando a fauna e a flora em exposição.

A galeria conta com 18 tanques internos e 6 tanques externos, totalizando um volume de água de 6 milhões e 275 mil litros. Ela será habitada por mais de 10 mil animais subdivididos em mais de 250 espécies (entre peixes, invertebrados, répteis e mamíferos).

Os tanques internos estão divididos em temas como Veredas, Ressurgências, Rios de Cabeceira, Rios de Bonito, Rios do Pantanal, Planície Inundada, Rio Paraguai, Itinerante/Piranhas, Banhados/Sucuris e Galeria de Biodiversidade dos cinco Continentes, entre outros.

Já os tanques externos, ao ar livre, são compostos por temas como Baías Cachoeiras, Orquidário, Banhado, Terras Alagadas e Jacarés.

Para finalizar este empreendimento, tivemos que desmembrar os serviços em 13 contratos, que trabalharam de forma simultânea.

A operacionalização e equipagem dos laboratórios de pesquisa e o museu interativo acontecerão logo em seguida,  através de convênios com entidades de pesquisa e universidades.

Outro aspecto que gostaria de esclarecer é a gestão do complexo.

Tomamos a decisão de manter a administração do Bioparque sob responsabilidade direta do Estado este ano, depois que não houve o necessário entendimento com o parceiro concessionário, que inicialmente tocaria o projeto.

Assim, estamos formando um Conselho Gestor, com Segov, Semagro, Imasul e Fundtur, que responderá pela a governança inicial.

Até o final da nossa gestão, vamos manter as portas abertas à visitação pública gratuita. Mas de forma planejada e controlada, como precisa ser.

Terminada empreitada das obras, avançaremos agora para a etapa seguinte: a fase de treinamento do pessoal que vai trabalhar no complexo e a abertura ao público, no formato “soft open”, para grupos selecionados – inicialmente estudantes e o trade turístico, para avaliação e conhecimento da dinâmica de visitação.

E já no mês que vem, abriremos cadastro para a visitação gratuita de grupos da nossa população, por meio de aplicativo, com visitação diária e gratuita – com uma capacidade de cerca de 300 pessoas por dia.

Para não perdermos nenhuma oportunidade de divulgação nacional, hoje mesmo, logo mais, acontecerá aqui, excepcionalmente, o primeiro evento controlado nas suas dependências: o lançamento do remake da novela Pantanal, cujo conhecido enredo de sucesso se passa em nossas terras pantaneiras.

Vamos ver, a partir daqui, personagens emblemáticos como Zé Leôncio e Juma Marruá ocupando o imaginário coletivo nacional.

E nem é necessário dizer como essa iniciativa vai ajudar a divulgar os nossos ecossistemas, os nossos destinos turísticos e também o novo Bioparque do Pantanal.

Queremos ver fluindo nesse espaço, os sul-mato-grossenses de todos os cantos do estado, vivenciando a riqueza da nossa biodiversidade.

Esperamos que as nossas crianças e jovens estudantes, em visitas guiadas, matem a sede por mais conhecimento diferenciado.

Contamos com a contribuição permanente dos especialistas e ativistas ambientais.

Queremos que aconteçam aqui inúmeros eventos acadêmicos e empresariais, porque o Bioparque foi planejado para também dar suporte a estas iniciativas.

E, por fim, desejamos atrair para o nosso estado, e em especial para a nossa capital, o turista de fora e um turismo diferenciado, responsável e gerador  de empregos e renda.

Agradeço, na pessoa do secretário Eduardo Riedel,  a todos os profissionais e equipes que se dedicaram a este trabalho extremamente complexo e desafiador, realizado em várias frentes simultâneas de obras interdependentes.

Nem seria necessário dizer – porque todo mundo que já conhece,  sabe: a capacidade de trabalho e a liderança de Eduardo Riedel fizeram toda diferença, para que pudéssemos entregar prontamente a fase final desse grande empreendimento.

No Mato Grosso do  Sul do nosso tempo, a hora é de celebrar a gestão responsável, que faz entregas e produz avanços, olhando sempre para frente, para o futuro.

E o futuro também se desenha aqui, na beleza incomparável e na diversidade de conhecimento gerado pelo Bioparque do Pantanal.

Muito obrigado a todos”.

Texto: Bruno Chaves, Subcom
Fotos: Chico Ribeiro

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