Em reunião do Brics, Brasil defende ‘lar seguro para o povo palestino’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (21) que o reconhecimento de um “Estado palestino viável” é a “única solução possível” para o conflito armado entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Lula participou de uma reunião virtual com líderes dos países do Brics, bloco que reúne Brasil, Índia, China, África do Sul e Rússia. Também participaram representantes de Etiópia, Emirados Árabes, Irã, Arábia Saudita, Egito e Argentina, países que devem integrar o grupo de países emergentes a partir do próximo ano.

O encontro foi organizado pela África do Sul para discutir a situação na Faixa de Gaza. A fala de Lula não teve transmissão pelas redes oficiais do governo brasileiro.

A região passa por um conflito desde outubro, quando o Hamas fez ataques terroristas no território de Israel. As forças israelenses, em resposta, atacaram e entraram em parte do território de Gaza, onde vivem palestinos.

Lula afirmou que a guerra também decorre de “décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino”.

O presidente ainda disse que considera “fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino”.

“O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível”, disse Lula.

O presidente voltou a classificar o ato do Hamas como um ataque “terrorista”, mas também criticou o “o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis” por parte de Israel.

O presidente ressaltou que, no momento, o desafio dos países é implementar a trégua humanitária determinada por uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Lula declarou que o Brasil “não acredita que a paz seja criada apenas pela força das armas” e alertou que os países do Brics devem atuar “para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos”.

“Estou convencido do potencial deste grupo para mobilizar as forças políticas e diplomáticas em favor da resolução pacífica de controvérsias. O Brasil seguirá pronto a apoiar todas as iniciativas que levem a uma solução política para esse conflito”, disse.

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