Há 1 ano, Cabo Almi deixa legado e saudades na ALEMS

Com 1 minuto de silêncio, seguido por uma salva de palmas, os deputados estaduais relembraram a morte de Cabo Almi (PT) durante a sessão plenária desta terça-feira (24), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), morto há um ano vítima da Covid-19.

Quem iniciou as homenagens foi o deputado Amarildo Cruz (PT), que assumiu a vaga de Almi pela primeira suplência. “Quero me manifestar pelo primeiro ano de falecimento do deputado Cabo Almi. Companheiro, parceiro, da estatura de ser humano que tinha ele, sua generosidade, lealdade, pessoa humilde, simples, sempre exaltava sua história, de seus familiares, sempre fui muito admirador disso, de uma dignidade imensa. Ver na simplicidade as coisas valiosas da vida. Nos finais de semana ele ia plantar mandioca com a família. Saía pela rua, conversar com os mais humildes, todos o conheciam, não por ele ser deputado ou fazer campanha, mas principalmente porque ele tinha a convivência de passar no boteco, tomar um tereré, conversar com a dona maria”, considerou.

O presidente da ALEMS, deputado Paulo Corrêa (PSDB), se somou à reverência ao amigo. “Pela amizade que todos nós tivemos, referência de sabedoria, humildade, paciência, um homem dentro da sua simplicidade gerava respeito. Forma gentil que tratou todo mundo, nunca o vi alterar a voz a ninguém ou fazer algo contra nossa Casa. Defendia, sim, as bandeiras com muito afinco, sempre a favor dos mais humildes. A estrela dele está lá brilhando, com certeza na cor vermelha”, homenageou o presidente.

Para Pedro Kemp (PT), além de um grande pessoa, Almi foi uma grande perda para o Partido dos Trabalhadores. “Ele foi um exemplo de militante, de pessoa humilde, simples, que fazia sua militância, atendia todo mundo. Socorria quem estava precisando de encaminhamento de saúde, assistência social. E a gente que convivia ali, eu sentava ao lado dele, ouvia atendendo o celular, sempre com muita paciência. Foi uma perda muito grande, nosso companheiro deixou uma história. Quem teve a honra de conviver sabe que precisamos de políticos assim, com muito idealismo, convicção. Que Deus recompense todo o bem que ele fez nesse mundo”, pediu Kemp.

Da mesma maneira, Paulo Duarte (PSB) fez referência ao colega. “Um dia muito triste para todos nós, não podemos deixar de falar das características raras no meio político. Humildade e discrição do deputado. Nunca precisou gritar, xingar ninguém. Hoje as pessoas querem ganhar no grito, na violência, ele nunca foi assim, convivi com ele desde vereador, sempre foi assim”, ressaltou.

No plenário, o filho de Cabo Almi, Flávio Moura ,acompanhou as homenagens. A ele, o deputado Professor Rinaldo (Podemos) ponderou que Almi foi um dos últimos políticos que “fez da sua casa uma extensão do gabinete”. “Não importava o dia ou hora, sempre solícito estendia as mãos aos mais vulneráveis. A alegria de saber por onde ele passou deixou seu legado. Saber que ele veio da roça, foi cobrador de ônibus, depois passou na Polícia, entrou para a política como vereador e veio para a Assembleia. Venho com essa homenagem peço a Deus que console os familiares e que os filhos sigam o caminho trilhado pelo pai”.

Para o deputado Coronel David (PL), o deputado Cabo Almi também faz falta. “Tanto pela maneira de se portar, quanto pela força que defendia seu ponto de vista. Por mais que tenhamos embates no campo ideológico, eu o admirava até por ser irmão de farda. Lembro quando eu estava no Comando Geral, me surpreendeu um dia ele foi falar comigo, sentado na sala de espera, o vi com toda sua humildade conversando com os policiais do local, pois não são todos os homens públicos que fazem isso. Que Deus possa continuar o legado dele”.

Na Assembleia Legislativa, uma sala de reuniões recebeu o nome Cabo Almi em homenagem ao ex-parlamentar. “Cabo Almi permanece vivo entre nós. A falta que ele está fazendo é muita. Quero render a minha homenagem e a saudade dele, mesmo com divergências de ideias, mas com sua amizade, seu comportamento, como homem público, como pai de família. Sua ausência física completa um ano, mas ele continua entre nós”, disse o primeiro secretário da Casa de Leis, deputado Zé Teixeira (PSDB).

O deputado Renato Câmara (MDB) relembrou a conexão com as bases. “Ele vem com uma trajetória muito bonita e nunca perdeu suas raízes. Continuou até o seu último dia defendendo essa comunidade. Deixa muitos amigos, uma história muito forte, que inspira muitas pessoas. Que Deus possa conservá-lo em um bom lugar, que ele merece”, ressaltou.

Da mesma forma, Herculano Borges (Republicanos) e Barbosinha (PP) relembraram da trajetória. “Todo mundo aqui tem história com ele. Eu o conheci quando fui candidato a vereador, fui tirar foto e encontrei com ele já na recepção e conversamos muito. De lá fomos vereadores depois deputados aqui. Era meu amigo, nunca gritou ou esperneou, sempre colocou com muito respeito suas convicções. Ele vive em nossos corações”, disse Herculano.

“Tivemos a oportunidade de promover altos debates e diálogos. Ele tinha essa capacidade de expor suas ideias, às vezes contrárias, mas com nível muito alto. Todas as vezes tive oportunidade de aprender com ele, aquela ciência popular do interior. Vai-se o homem e fica o legado. Bonito ver o filho aqui no plenário e ver o sentimento do seu pai pelos seus pares, ele é exemplo a todos nós. Quando se joga a boa semente, esse legado permanece”, finalizou Barbosinha.

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