Grávida foi baleada, e bebê morreu, segundo o governo. Ataque ocorreu em centro de Testemunhas de Jeová em Hamburgo, no norte do país, na noite de quinta (9). Atirador se matou.
O atirador que disparou contra um centro de religioso de Testemunhas de Jeová em Hamburgo, no norte da Alemanha, na noite de quinta-feira (9), agiu sozinho, matou sete pessoas, entre elas uma grávida, e depois se matou, afirmou o governo local nesta sexta-feira (10).
O secretário de Interior de Hamburgo afirmou que o criminoso é um cidadão alemão de 35 anos e ex-integrante da religião, sem ficha policial prévia. O governo afirmou que ele tinha autorização para porte de pistola semi-automática desde dezembro de 2022.
As vítimas eram quatro homens, duas mulheres e uma bebê ainda não nascida – ela morreu na barriga da mãe, que sobreviveu.
Sobre a dinâmica do ataque, o governo local afirmou que:
- O caso ocorreu por volta de 21h no horário local (17h em Brasília) de quinta no distrito de Deelböge, em Hamburgo.
- Cinquenta pessoas participavam de um culto no momento.
- Nesse horário, um homem se aproxima de uma das janelas do centro e começa a atirar do lado de fora para dentro, segundo mostra um vídeo gravado por um vizinho ao centro.
- Depois, o atirador entra no edifício e mais tiros podem ser ouvidos.
- A polícia chega na sequência, seguidos de serviços de emergência e médicos, que atenderam os feridos no local.
- Policiais ainda ouviram tiros e entraram no prédio. Ao chegar no segundo andar, encontraram mais uma vítima.
- Moradores da região receberam um alerta no celular sobre o ataque. A mensagem era a seguinte: “Hoje, por volta das 21h, um ou mais criminosos atiraram em pessoas em uma igreja. As seguintes áreas foram afetadas: Deelböge e arredores do distrito (Hamburg Groß Borstel)”.
- Testemunhas relataram ter ouvido uma sequência de 12 tiros contínuos e, depois, corpos sendo retirados do local em sacos pretos.
Apesar de não ter ficha criminal, o atirador estava em contato com autoridades de Hamburgo para denunciar um caso de suposta fraude, segundo a Promotoria de Hamburgo, que assumiu a investigação do caso.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, que já foi prefeito de Hamburgo, chamou o caso de “ato cruel de violência”.
O prefeito de Hamburgo, Peter Tschentscher, disse estar investigando as motivações do crime. “Estendo minhas mais profundas condolências às famílias das vítimas. As forças estão trabalhando a toda velocidade para perseguir os perpetradores e esclarecer os antecedentes”, declarou.
Histórico recente
A Alemanha foi abalada por uma série de tiroteios nos últimos anos, principalmente desde 2016, muitos deles realizados pelos chamados “lobos solitários” – pessoas que agem sozinhas em nome de um grupo – e reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
Nos últimos anos, no entanto, as motivações dos ataques começaram a variar. Em fevereiro de 2020, um atirador com suspeita de ligações com a extrema-direita matou a tiros nove pessoas, incluindo imigrantes da Turquia, na cidade de Hanau, no oeste do país, antes de matar a si mesmo e a sua mãe.
Em outubro de 2019, outro atirador matou duas pessoas depois de abrir fogo do lado de fora de uma sinagoga alemã na cidade de Halle, no leste do país, no feriado judaico de Yom Kippur.