Agora, o exercício favorito dos políticos é o desenho de alianças para o pleito de 2022
Com a fusão do DEM e PSL, o surgimento do União Brasil na aquarela partidária brasileira as eleições 2022 vão ganhar um novo cenário, com desenhos interessantes nas realidades locais e nacional que se formarão para as disputas da Presidência da República e governos estaduais.
A pergunta que se faz em cada estado nesta véspera do ano eleitoral: como ficarão as coisas por estas paragens? E as respostas, na maioria das vezes, chegam como especulações, inteligentes ou não, previsíveis ou improváveis. No caso de Mato Grosso do Sul, o horizonte está aberto para praticamente todo e qualquer tipo de projeção.
Por enquanto, a sucessão do governador tucano Reinaldo Azambuja tem de três a quatro nomes competitivos para entrar em cena. Um deles, o único que está em pré-campanha, é o ex-governador André Puccinelli. Outro, que não pode fazer o mesmo, porém vem fazendo dentro de seus limites, é Eduardo Riedel (PSDB), secretário estadual de Infraestrutura.
Também são candidatáveis o prefeito Marcos Trad (PSD); o ex-governador Zeca do PT e a deputada federal tucana Rose Modesto. Não constam hoje neste rol de hipóteses a senadora Simone Tebet (MDB), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM); e o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (sem partido), que em 2018 foi candidato ao governo e levou a eleição para o segundo turno, quando perdeu para o governador reeleito Reinaldo Azambuja.
Riedel está nesse processo porque foi indicado por Azambuja. Os demais são opções partidárias, ocupam posições estratégicas ou são nomes que se bastam por si. Fora Riedel, nenhuma das outras lideranças citadas tem um apadrinhamento para entrar no páreo sucessório estadual.
Trad é o prefeito da maior, mais populosa cidade e com o maior orçamento do estado. Zeca é ex-governador, traz a mística do PT e a necessidade do partido de lançar candidatura majoritária para se reoxigenar nas urnas.
Resta, então, Rose Modesto, deputada federal mais votada de Mato Grosso do Sul. Ela tem vontade e condição político-eleitoral para ingressar na disputa sucessória. Porém, teria um custo político e estrutural elevado demais.
Em 2016 ela concorreu contra Marcos Trad, sua votação impôs um segundo turno e exigiu desdobramento extraordinário do pessedista. Em 2018, foi a campeã das urnas ganhando sua cadeira na Câmara Federal. Se disputar o governo e não levar, sofrerá um desgaste tão acentuado que poderá desidratar a possibilidade – hoje muito grande – de chegar mais forte ainda em 2024 no território da sucessão campo-grandense.
Independentemente da escolha que fará, caso deixe o ninho tucano, Rose Modesto terá à sua disposição o abrigo partidário e as alianças que quiser – do Podemos ao União Brasil, passando pelo Republicanos ou permanecendo no PSDB – para ser candidata à prefeitura de Campo Grande e dar à população da capital sulmatogrossense uma chance ainda maior de ser a primeira mulher eleita para administrá-la.