Mesmo com incentivo e respaldo absoluto de três partidos – Podemos, Republicanos e o União Brasil para candidatar-se à sucessão do governo sulmatogrossense, a deputada federal Rose Modesto (PSDB) estaria repensando a forma de encarar os diferentes cenários ao seu redor para escolher a melhor solução aos próximos desafios de sua agenda política.
Para ser candidata a governadora, ela precisa dar adeus ao PSDB, afastar-se do governador Reinaldo Azambuja e ingressar em outra legenda, provavelmente o União Brasil, já que possui afinidades pessoais com as direções nacional dos outros dois partidos além de ter amigos e parceiros de longa data nas respectivas direções regionais que não a abandonariam.
Contudo, a ideia de deixar Azambuja sem seu precioso apoio à candidatura de Eduardo Riedel não lhe é das mais agradáveis. Trair é um verbo que parece não constar no vocabulário político da deputada federal mais votada de Mato Grosso do Sul em 2018. Este seria um estigma inevitável que carimbaria seu currículo, se depois de toda a trajetória que construiu no PSDB, com apoio total e parceria do governador, procurasse impor um projeto pessoal.
Em função disso, evolui nos seus círculos de apoiadores outra projeção para o futuro, com estágios eleitorais de curto, médio e longo prazos. Para 2022, emprestando seu peso eleitoral à candidatura de Riedel, teria um cenário extraordinariamente favorável para a reeleição, considerada segura até por possíveis concorrentes. De mandato renovado e com maior capilaridade e inserção social, Rose seria a grande aposta dos círculos próximos ao Governador Azambuja, do PSDB e dos partidos sob sua influência, para as eleições municipais de 2024. Se Riedel estiver na chefia do Executivo estadual, eleito com seu apoio, mais fácil ainda seria a empreitada.
O detalhe adicional neste panorama e que além de conservar e refinar os laços afetivos e políticos com o governador, liderança que define o trâmite do maior partido de Mato Grosso do Sul, a permanência no PSDB a livrará em definitivo de pechas nada engrandecedoras para quem tem um projeto político com grandes chances de sucesso, além de otimizar os custos de uma campanha que promete ser das mais acirradas e onerosas.
Perguntado sobre a candidatura de Rose a governadora, um especialista em marketing eleitoral disse que “é preciso ter amadurecimento. Na política tem fila. O Riedel é a peça mais importante do processo desenvolvimentista que o estado vive. A condução da gestão lhe dá a obrigação de concorrer para que a continuidade desse desenvolvimento seja ofertada ao nosso povo. A Rose pode mostrar neste processo o seu tamanho e esclarecer aos seus eleitores que a manutenção do crescimento do MS é uma proposta que tem que ser abraçada por todos que lutaram e lutam por dias melhores e que, neste momento, os que cingiram esse projeto precisam homenagear quem sempre esteve na retaguarda e foi o grande responsável pelo sucesso do governo do PSDB”. Para finalizar, o estrategista eleitoral disse ainda que “se a deputada agir direitinho, ela deverá, ainda em 2021, estar na vanguarda do projeto partidário. Afinal a fidelidade ao governador pode lhe render, meritoriamente, o apoio imprescindível para disputar a prefeitura de Campo Grande em 2024. Nesta eleição de 2022, só tem chance de vitória para governador quem tiver experiência comprovada e exitosa de administração. A Rose ainda tem caminhos a percorrer e vai ser governadora, mas primeiro precisa ser prefeita”.